Atividade de (-)-\03B1-bisabolol contra Leishmania infantum em células mononucleares de sangue periférico canino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Souza, Luzilene Maria de
Orientador(a): Calabrese, Katia da Silva, Souza, Fernando Almeida de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/30223
Resumo: No Brasil, o Milteforan® é o único produto autorizado para o tratamento da leishmaniose visceral canina (LVC). Entretanto, apresenta um alto custo, longo período de tratamento e riscos de toxicidade ao animal, dessa forma, a busca por novas alternativas terapêuticas torna-se contínua. Estudos com produtos naturais vêm apresentando resultados promissores, sobretudo contra Leishmania infantum. Estudos mostram que o (-)-\03B1-bisabolol tem um efeito leishmanicida e que esse composto pode ser um bom candidato a ser integrado no painel de drogas para o tratamento das leishmanioses. O objetivo do presente estudo foi avaliar a atividade do (-)-\03B1-bisabolol, um sesquiterpeno presente em óleos essenciais de diversas plantas, contra formas promastigotas e amastigotas intracelulares de L. infantum. Foram determinadas as concentrações inibitórias (IC) do (-)-\03B1-bisabolol contra formas promastigotas e formas amastigotas intracelulares de L. infantum por meio de contagem em câmara de Neubauer, bem como foram avaliadas as alterações ultraestruturais ocasionadas pelo tratamento, por microscopia eletrônica de transmissão (MET). A concentração citotóxica (CC) do composto em células mononucleares de sangue periférico (PBMC) canino e células DH82 Em todos os experimentos foram utilizados controles sem tratamento ou tratados com mitelfosina. O (-)-\03B1-bisabolol e a miltefosina não apresentaram toxicidade para as PBMC (CC50>1080 \03BCM). Para as células DH82 tratadas com (-)-\03B1-bisabolol a concentração citotóxica foi de 556,5 ± 1,253 \03BCM e para miltefosina foi 170,2 ± 1,268 \03BCM. O (-)-\03B1-bisabolol provocou inibição do crescimento de promastigotas com IC50 de 117,5 ± 1,291 \03BCM (24h), 35,73 ± 1,076 \03BCM (48h) e 31,02 ± 1,161 \03BCM (72h), enquanto a miltefosina apresentou IC50de 4,8±1,080 \03BCM (24h), 9,5±1,198 \03BCM (48h) e 8,6 \03BCM ± 1,253 (72h). Em relação à infecção intracelular de PBMC houve diminuição do crescimento de formas amastigotas em 50% na concentração de 34,76 ± 1,265\03BCM (24h) nas células tratadas com (-)-\03B1-bisabolol e o grupo tratado com miltefosina apresentou IC50 de 30,57 ± 1,596\03BCM. As análises ultraestruturais das promastigotas revelaram como principais alterações a vacuolização citoplasmática, inclusões lipídicas, membranas eletrondensas dispersas no citoplasma, desorganização celular e perda da morfologia estrutural do parasito. O presente estudo demonstrou a efetividade in vitro do (- )-\03B1-bisabolol contra L. infantum o que nos fornece fundamentos básicos para posteriores estudos in vivo.