Frequência de detecção de Leishmania infantum no pâncreas e alterações histológicas associadas em cães naturalmente infectados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Kost, William de Oliveira
Orientador(a): Menezes, Rodrigo Caldas
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/48655
Resumo: A leishmaniose visceral zoonótica possui elevada gravidade e alto índice de letalidade em humanos e animais além de crescimento expansivo por todo o Brasil. O agente etiológico é o protozoário Leishmania infantum e o cão doméstico é o principal reservatório em áreas urbanas. Alterações histológicas e ocorrência de formas amastigotas de Leishmania spp. no pâncreas de cães são pouco estudadas. Portanto, os objetivos deste estudo foram avaliar a frequência de infecção por L. infantum e as alterações histológicas associadas em pâncreas de cães domésticos naturalmente infectados. Foram estudados 143 cães com sorologia positiva para anticorpos anti-L. infantum concomitantemente nos testes de ensaio imunoenzimático (ELISA) e imunocromatografia de duplo percurso (DPP®) e provenientes do município de Barra Mansa. Os cães foram examinados clinicamente, submetidos à eutanásia e necropsiados entre 2013 e 2014. À necropsia foram coletados fragmentos de pâncreas para realização das técnicas de histopatologia e imuno-histoquímica (IHQ). Foram detectadas formas amastigotas pela IHQ em 22 animais (15,4%). Caquexia/magreza foram os sinais clínicos associados à infecção do pâncreas por Leishmania spp., sendo encontrados em nove (40,9%) cães com pâncreas infectado. A mediana da carga parasitária em pâncreas foi de 1,4 macrófagos infectados/mm2 e os cães com quadro de caquexia/magreza apresentaram a maior carga parasitária, igual a 3,8 macrófagos infectados/mm2. O pâncreas apresentou alterações histológicas em 80 (55,9%) dos cães, sendo a pancreatite granulomatosa a mais frequente em 40 (50%), seguida por pancreatite linfoplasmocitária em 34 (42,5%), degeneração vacuolar em sete (8,8%), fibrose em seis (7,5%), hemorragia em três (3,8%), pancreatite eosinofílica em um (1,2%), pancreatite supurativa em um (1,2%) e necrose em um (1,2%). A intensidade do infiltrado inflamatório no pâncreas foi maior nos cães com maior carga parasitária nesse órgão. A correlação apresentou valor de 0.048, tendo o p. valor =0.672. Caquexia/magreza não foram associadas a pancreatite. Esses resultados demonstram que a L. infantum é um dos agentes etiológicos da pancreatite crônica em cães, porém a frequência de positividade e carga parasitária desse parasito no pâncreas foram baixas. A associação de caquexia/magreza com uma maior ocorrência do parasito no pâncreas e ausência de associação desses sinais clínicos com pancreatite sugerem um não comprometimento de porção significativa do órgão por esse parasito e que esses sinais clínicos se manifestam junto a uma maior disseminação do parasito para as vísceras.