Estudo imunopatológico do baço de cães naturalmente infectados com Leishmania infantum

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Aurea Virginia Andrade da
Orientador(a): Almeida, Renato Porrozzi de, Morgado, Fernanda Nazaré
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/23000
Resumo: O baço é um dos principais órgãos afetados na leishmaniose visceral canina (LVC). A desorganização da polpa branca esplênica (PBE) tem sido associada à imunossupressão e à progressão da doença. Este estudo tem como objetivo avaliar mudanças estruturais e celulares na matriz extracelular esplênica de cães com LVC correlacionando as com a carga parasitária e os sinais clínicos. 41 animais foram agrupados de acordo com a organização da PBE como: 1- Organizado a pouco desorganizado (OR-PD, n= 11); 2- Desorganização moderada a intensa (MD-ID, n= 30). Foram coletados fragmentos esplênicos para a quantificação de carga parasitária através de qPCR para análise histopatológica e imunohistoquímica. Foram avaliadas as células CD3+, CD4+, CD8+, CD21+, IFN-\03B3+, IL-10+, MMP-9, ADAM-10, assim como a expressão de laminina, colágeno e fibronectina. A desorganização da PBE foi acompanhada pela redução da quantidade de folículos linfoides/mm2 (p<0,0001). Os animais MD-ID mostraram sinais clínicos mais intensos (p = 0,021), alta deposição de laminina (p= 0,045) e colágeno (p= 0,036), aumento da expressão de MMP-9 (p= 0,035) e redução das células T CD4+(p = 0,027). Os dados sugerem que a desorganização esplênica na LVC consiste em uma alteração histopatológica frequente e causada por aumento na deposição de laminina e colágeno Além disso, os animais foram distribuídos em grupos de acordo com a associação entre a carga parasitária e a organização da polpa branca esplênica. Nesta análise, foi possível observar que a desorganização pode ocorrer nos momentos iniciais desta infecção, uma vez que animais com baixa carga parasitária apresentaram polpa branca desorganizada, já apresentavam diminuição do número de folículos linfóides (p=0,0002) e aumento da deposição de laminina (p=0,005). Animais com polpa branca desorganizada e alta carga parasitária apresentaram aumento na expressão de colágeno (0,041) e MMP-9 (0,035).Estas alterações nos componentes da matriz extracelular e na expressão das metalopeptidases podem levar à redução das células T CD4+ e, consequentemente, à imunossupressão e progressão da doença. É possível que a desorganização da MEC afete a migração de linfócitos T CD4+ para sua região de compartimentalização específica na PBE quando a mesma ainda é organizada o que poderia estar associado à falha no controle da carga parasitária, quadro de esplenomegalia e progressão da doença.