Leishmaniose Visceral: estudo de reservatório canino na Ilha da Marambaia, Município de Mangaratiba, Rio de Janeiro, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Alonso, Rafaela dos Santos
Orientador(a): Sousa, Marcos Barbosa de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/36115
Resumo: No presente estudo foi realizado um inquérito soroepidemiológico multimétodo e censitário para leishmaniose visceral na população canina da Ilha da Marambaia, município de Mangaratiba, Rio de Janeiro, Brasil. Embora a região seja considerada indene e silenciosa para a doença é endêmica para leishmaniose tegumentar americana. Neste contexto, a possibilidade de co-infecção de cães L.brasiliensis e L. infantum e a recente dispersão da leishmaniose visceral canina para áreas do Estado sem relato de casos humanos, reforça a necessidade de avaliar fatores de risco de transmissão que nortearão futuras medidas de controle à doença. No censo foram identificados 125 cães dos quais 121 realizaram exame sorológico pelos métodos de TR DPP Leishmaniose Visceral Canina Bio-Manguinhos, IFI Leishmaniose Visceral Canina Bio-Manguinhos e EIE Leishmaniose Visceral Canina Bio-Manguinhos. Tendo o ELISA como método de referência a soroprevalência foi de 18,1%. 10 cães foram soropositivos para os três métodos sorológicos; cinco para IFI e EIE; dois IFI e TR DPP; dois para EIE e TR DPP e cinco exclusivamente para o TR DPP; 13 para IFI; quatro para EIE. Tais resultados demonstraram a concordância de ajuste de 0,71% para o TRDPP e 0,67% para o IFI o que eleva a confiabilidade dos dados e diminui as chances de erros de aferição. O desempenho de IFI (Co-sensibilidade- 79,45%, Co-especificidade- 65%, VPP-50%, VPN-95,60%, Verossimilhança positiva- 5,3,Verossimilhança negativa- 2,4), como método de triagem recomendado pelo Ministério da Saúde, ficou a quem ao desempenho do TRDPP (Co-sensibilidade- 59,09%, Co-especificidade- 92,93%, VPP65%, Verossimilhança positiva- 8,3,Verossimilhança negativa- 4,4). Dos 22 cães positivos no ELISA, sete apresentaram cultivo positivo com isolamento de Leishmania infantum e em uma amostra evidenciou-se Trypanossoma spp. destacando a possibilidade de reações cruzadas na sorologia. Dos sete animais infectados por L.infantum cinco concentravam-se na Praia Suja e todos apresentavam manifestação clinica compatível com leishmaniose visceral, cinco eram criados de forma livre (considerados andarilhos) e dois presos a coleira junto a casa. Em todos os casos os proprietários residiam próximo a mata residual. O inquérito entomológico realizado mostrou várias espécies de flebotomíneos dentre as quais L.longipalpis em baixa densidade, L.intermédia e M.migonei, em elevada densidade sugerindo sobreposição dos ciclos de transmissão de LTA e LVA na Ilha de Marambaia. A evidência epidemiológica da circulação da L.infantum na Ilha de Marambaia indica a necessidade de execução de ações de controle preconizadas pelo Ministério da Saúde e a continuidade de estudos epidemiológicos que possam aferir as medidas empreendidas sobre a população canina da Ilha da Marambaia.