Toxoplasmose experimental no modelo murino com fenótipo extremo para tolerância oral: caracterização celular e humoral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Dias, Raul Ramos Furtado
Orientador(a): Calabrese, Katia da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/12182
Resumo: O tecido linfóide das mucosas apresenta estruturas especializadas contendo células imunorreguladoras e mecanismos capazes de determinar indução de tolerância ou resposta inflamatória após a administração oral de um antígeno. Diversos agentes causadores de doenças utilizam a via oral como rota de infecção, dentre eles o Toxoplasma gondii. A infecção por T. gondii pode gerar diversas manifestações patológicas, como por exemplo, a doença inflamatória intestinal, que envolve diferentes tipos celulares, diversas citocinas, bem como a participação da microbiota intestinal. Para melhor compreender o envolvimento dos diversos tipos celulares e elementos humorais na toxoplasmose, elegemos como modelos experimentais as linhagens de camundongos geneticamente selecionados para tolerância oral: TR (resistentes à tolerância) e TS (susceptíveis à tolerância). Os camundongos TS se caracterizam por baixa resposta inflamatória e maior quantidade de células T regulatórias produtoras de IL-10. Em contraste, os camundongos TR produzem fortes reações inflamatórias. A caracterização da toxoplasmose experimental nos camundongos TR e TS infectados por gavagem com T. gondii foi feita por análise histológica e imunohistoquímica de cortes do intestino, fígado e baço, dosagem de citocinas e quimiocinas, além da caracterização da microbiota intestinal Nossos resultados confirmam o estabelecimento de uma resposta inflamatória intestinal aguda nos camundongos TR, que ocorre durante os 14 dias iniciais da infecção. As lesões apresentam macrófagos e, em menor número, células dendríticas. Além disso, o perfil de citocinas corrobora essas observações, com alta produção de citocinas pró-inflamatórias, tanto sistêmica quanto localizada. Os camundongos TS, por outro lado, apresentaram um perfil característico voltado para a regulação, inibindo a infecção intestinal e produção de citocinas inflamatórias, ao mesmo tempo em que favorece um aumento da quantidade de parasitos nos órgãos. O perfil da microbiota intestinal não apresentou diferenças qualitativas entre as linhagens TS e TR, porém os camundongos TS possuem maior presença de bactérias do gênero Prevotella, enquanto nos camundongos TR predomina a família Enterobacteriaceae. Esses enterotipos observados não exibiram mudanças significativas ao longo do período de infecção de 21 dias dentro das mesmas linhagens