Alguns Aspectos Anatomopatológicos e Imunopatológicos da Leishmaniose Visceral Murina Experimental. Estudo evolutivo comparado em duas linhagens isogênicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1984
Autor(a) principal: Barbosa Junior, Aryon de Almeida
Orientador(a): Andrade, Zilton de Araújo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz.
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/33568
Resumo: Ainda nao se estabeleceu qual o modelo experimental mais adequado para o estudo dos diferentes aspectos da leishmaniose visceral. Ultimamente, tem sido grande o interesse pelo uso dos camundongos isogênicos como modelos experimentais dessa infecção. Entretanto varios aspectos da leishmaniose visceral murina sao pouco conhecidos, e portanto as semelhanças com a infecção humana são ainda incertas e pouco precisas. No presente trabalho, foram estudados evolutiva e comparativamente, alguns aspectos anatomopatológicos e imuno-patologicos da leishmaniose visceral murina experimental em duas linhagens isogênicas. Utilizaram-se camundongos das linhagens DBA/2 e C57BL/10 infectados pela veia da cauda com 2 x 10 6 amastigotas de Leishmania donovani, chagasi, de uma cepa proveniente de Imperatriz, Maranhão; e sacrificados periodicamente. Determinou-se a evolução ponderal, e a evolução do parasitismo hepático e esplenico. Estudou-se histopatologicamente as alterações hepáticas, esplénicas, ganglionares, timicas, medulares, pulmonares e renais. Adicionalmente foi feito um estudo de imunofluorescência em tecido renal. As linhagens de camundongos estudadas se comportaram diferentemente diante de exposição semelhante a formas amastigotas de Leishmania donovaní chagasi, o que aparentemente esta relacionado com diferenças imunologicas e genotípicas. Nas fases iniciais da infecção, o parasitismo hepático foi significativamente maior nos camundongos C57BL/10. O parasitismo esplénico foi menor que o hepático, e seu máximo aconteceu na décima e na vigésima semanas pós infecção, respectivamente nos camundongos C57BL/10 e DBA/2. As alterações anatomopatológicas mais importantes foram do tipo inflamatório, com formação de granulomas em vários órgãos e plasmocitose difusa. Tais alterações foram mais conspícuas e apareceram mais precocemente nos camundongos C57BL/10. Embora nao se tenha notado hepatomegalia no período de observação, o principal orgão envolvido foi o fígado, onde a formação de granulomas caracterizou-se por ser um processo dinâmico. Esplenomegalia foi observada nas fases mais tardias da infecção em ambas as linhagens; enquanto que deposição de substância amiloide no baço so foi notada nos camundongos C57BL/10, a partir da sexagesima sexta semana pos infecção. Nos moldes deste trabalho, não pudemos caracterizar pneumonite intersticial, nem glomerulonefrite proliferativa. Os aspectos observados, permitem concluir que os camundongos isogênicos se constituem em modelo experimental de doença espectral, que se correlaciona com alguns aspectos da infecção humana e que pode permitir o esclarecimento de alguns pontos ainda pouco claros da leishmaniose visceral.