Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Queiroz, Maria da Conceição Lustosa de |
Orientador(a): |
Boia, Marcio Neves,
Costa, Filipe Anibal Carvalho |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/50631
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Resumo: |
O Piauí é um dos estados brasileiros com maior prevalência de doença de Chagas, conforme apontado no primeiro inquérito sorológico nacional realizado na década de 1970 e confirmado em levantamentos realizados em estudos posteriores, sendo o último em 2002, o que gera um hiato de 18 anos na produção de dados epidemiológicos sobre a doença no estado. O Piauí se caracteriza por ser uma transição de biomas e climas, com o semiárido predominando à leste e sudeste, cenário favorável à existência de habitats naturais de Triatoma brasiliensis, importante vetor da doença de Chagas na região nordeste do Brasil. O presente estudo teve como objetivo principal identificar pessoas vivendo com a doença de Chagas em comunidades rurais no município de São João do Piauí, identificando a proporção de pessoas afetadas que apresenta a forma cardíaca da doença e descrever as alterações eletrocardiográficas apresentadas por estas. Foi realizado um estudo transversal em oito comunidades rurais pertencentes ao município de São João do Piauí que incluiu 360 pessoas de todas as faixas etárias. As sorologias para doença de Chagas foram realizadas pelas técnicas de ELISA e imunofluorescência indireta em soro obtido a partir de punção venosa, sendo as pessoas positivas avaliadas por eletrocardiograma para a identificação de alterações compatíveis com a forma crônica cardíaca da doença A taxa geral de soropositividade foi 33/360 (9,2%), marcadamente mais elevada nos grupos etários superiores, não sendo detectados exames positivos em pessoas com menos de 30 anos de idade. As taxas de soroprevalência nas faixas de 31 a 45, 46 a 60 e maiores de 60 anos foram 8/95 (8.4%), 9/57 (15.8%) e 16/50 (32%), respectivamente. Foram incluídas nesta pesquisa 151 famílias, entre as quais 31 (20,5%) tiveram algum membro sorologicamente positivo para doença de Chagas. Entre as 33 pessoas com sorologia positiva para doença de Chagas, 28 (quatro perdas por mudança de endereço ou óbito) puderam ser avaliadas eletrocardiograficamente e destas 12 (43%) apresentaram alterações compatíveis com a forma crônica cardíaca. Entre as alterações eletrocardiográficas, destacaram-se arritmias como bloqueios de condução, assim como a presença de zona eletricamente inativa. O estudo conclui que, nas comunidades estudadas, uma elevada proporção de pessoas vive com doença de Chagas, muitas das quais com a forma cardíaca e sem conhecimento de seu estado sorológico e clínico. É fundamental a implementação de políticas públicas no âmbito da Atenção Primária à Saúde e da Atenção Secundária Especializada para diagnóstico e tratamento da doença de Chagas em comunidades com o mesmo perfil socioambiental e demográfico daquelas incluídas nesta pesquisa, no semiárido piauiense, além de ações estratégicas a fim de quebrar a cadeia de transmissão. |