Sistema de autoatenção e vivências da gestação em uma comunidade rural do Amazonas.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Correia, Priscilla Cabral
Orientador(a): Pereira, Maria Luiza Garnelo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/47864
Resumo: O objetivo deste estudo foi analisar o sistema de autoatenção e cuidados relativos à gestação de mulheres de zona rural, ribeirinha, do município de Manaus. De modo que buscou-se identificar as representações e práticas da população estudada relativas ao cuidado na gestação, além de descrever e analisar o itinerário terapêutico percorrido por gestantes da zona rural de Manaus. Para tal foi realizado um estudo de caso exploratório descritivo de cunho qualitativo e etnográfico em uma localidade rural ribeirinha localizada no Rio Negro, Amazonas. Este foi desenvolvido a partir de entrevistas com mulheres grávidas, membros de suas famílias e parteiras, bem como observação de elementos que pudessem desvelar componentes do nível amplo e restrito do sistema de autoatenção à gestação da localidade. Os dados foram audiogravados e registrados em diário de campo, sendo posteriormente analisados a partir do método de interpretação de sentidos. Foi realizada descrição do cenário social da pesquisa, compreendendo o modo de viver na localidade e as diferentes instituições que se fazem presentes – entre estas, a Unidade Básica de Saúde Fluvial (UBSF) como modelo de atenção primária à saúde disponível mensalmente para esta população. São elementos do sistema de autoatenção das mulheres a própria família e parteiras, profissionais da UBSF e de Ongs religiosas que tem atuação esporádica, além de hospitais e clínicas particulares nas zonas urbanas de Manaus e Novo Airão. As principais estratégias de cuidados são acessadas em itinerários de cuidados que “vêm”, que atravessam o cotidiano das mulheres, e cuidados que “vou”, os quais são ativamente buscados pelas participantes da pesquisa – ambos compõem o mosaico de cuidados das mulheres na gestação. As parteiras se apresentam enquanto atuantes em múltiplos níveis de cuidado, agregando atribuições afetivas, morais e políticas na comunidade, assentadas em vínculos longitudinais e transgeracionais, ainda que subutilizadas pelo sistema oficial de saúde. O reconhecimento do sistema de autoatenção por parte dos profissionais de saúde pode guiar para a oferta de um cuidado culturalmente integrado, sem substituir as práticas de saúde existentes.