Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Gonzalez, Ana Carolina de Souza |
Orientador(a): |
Guimarães, Maria Cristina Soares |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/55950
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Resumo: |
As práticas itinerantes desenvolvidas por museus e centros de ciência urgem por uma agenda de pesquisa que coloque a itinerância como o fenômeno central a ser estudado, com referenciais próprios, capazes de iluminar, principalmente, as inúmeras oportunidades de coprodução de conhecimentos que surgem ao longo do ir e vir, dos encontros com territórios tão diversos e das experiências vividas com os públicos e dentro da própria equipe. As aprendizagens organizacionais que podem decorrer desses deslocamentos são centrais para ampliar e fortalecer a interação entre ciência e sociedade, promovendo maior engajamento público com a ciência, em um caminho para a busca de equidade e justiça social. Usando como estudo de caso o museu itinerante Ciência Móvel – Arte e Ciência sobre Rodas (Ciência Móvel), do Museu da Vida Fiocruz, inspirado em referenciais teóricos dos estudos sociais da ciência e tecnologia, e apoiando-se em diferentes perspectivas metodológicas (pesquisa documental, análises de bancos de dados do Museu da Vida e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e, principalmente, conversas de pesquisa com profissionais de diferentes perfis envolvidos no trabalho do Ciência Móvel), buscou-se desvelar os múltiplos espaços de coprodução de conhecimentos que se dão nas fronteiras que constituem o processo da itinerância, desde sua concepção até sua concretização nos territórios. De uma perspectiva institucional interna, que considera a criação, institucionalização e consolidação do trabalho do Ciência Móvel, às interfaces externas que englobam as relações tecidas nos/com os municípios onde as ações acontecem e com outros parceiros, foram descritos diversos contextos em que o cruzamento de fronteiras propiciou espaços potentes para a coprodução de conhecimentos. Foi possível ainda identificar as diferentes esferas que compõem o trabalho de um museu itinerante (gestão das viagens, formação, pesquisa, inovação, educação, comunicação institucional, cultura, relações intra e interinstitucionais, registro e memória, além de perspectivas transversais de avaliação e equidade, acessibilidade e inclusão) e as dimensões a partir das quais as aprendizagens organizacionais podem acontecer (documental, estrutural, procedimental, conceitual, política, subjetiva/afetiva e profissional). Os resultados apontaram que, ao longo da existência do Ciência Móvel, tais aprendizagens, na maior parte dos casos, nasceram a partir da empiria das vivências e foram impulsionadas pelos tensionamentos, disputas, enfrentamentos institucionais, experiências problemáticas e questionamentos dentro da própria equipe. Apesar das “dores” inerentes ao itinerar, a tese permitiu explicitar as “delícias” do pensar e do fazer da itinerância, testemunhando o potencial dessa constante hibridização com o outro para promover diferentes e novas iniciativas de interação entre ciência e sociedade, colocando-se, assim, como uma importante oportunidade para o aprimoramento das ações de divulgação científica enquanto compromisso institucional |