Vivências de trabalhadores/as da Estratégia Saúde da Família diante da violência armada: repercussões no trabalho e na saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Sampaio, Jéssyca Felix da Silva
Orientador(a): Andrade, Cristiane Batista
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/51830
Resumo: Introdução: A violência urbana afeta todas as cidades e, principalmente, as metrópoles. Porém, o Rio de Janeiro apresenta característica diversa, com a presença da violência armada e dominação de alguns territórios por integrantes do narcotráfico. As consequências são vistas na mídia, nos noticiários, afetando a rotina de moradoras/es e pessoas que trabalham nesses locais. Objetivo: Analisar as repercussões da violência armada no trabalho, na saúde e na subjetividade de trabalhadores/as da Estratégia da Saúde da Família. Aspectos metodológicos: A investigação insere-se no campo da pesquisa social, com abordagem qualitativa. Foram realizados revisão integrativa e pesquisa de campo, com coleta de dados baseada na abordagem da história oral. Após aprovação nos Comitês de Ética da ENSP e Prefeitura do Rio de Janeiro, foram entrevistadas/os 15 trabalhadoras/es que atuam em uma unidade de Atenção Primária à Saúde em uma favela carioca, sendo: enfermeiras, médica, ACS, técnicas de enfermagem, gerente e auxiliar administrativa. Os resultados foram analisados, principalmente, com base na psicodinâmica do trabalho, a partir das obras de Dejours e Molinier. Resultados: Na revisão integrativa, assim como resultado das entrevistas, observamos a influência da violência armada, sobretudo dos confrontos, sobre a subjetividade destas/es trabalhadoras/es, sobre suas vidas e sobre o próprio trabalho. Observamos que as/os trabalhadoras/es utilizavam estratégias coletivas de enfrentamento para lidarem com o sofrimento relacionado ao trabalho e à violência. Essas estratégias sofrem diferenciação de acordo com o gênero e localidade na qual moram, sendo as/os ACS as/os trabalhadoras/es que mais sofrem. Identificaram o Protocolo de Acesso Mais Seguro como a única estratégia institucional para lidar com a situação de violência. Conclusão: Foi possível conhecer as vivências de trabalhadoras/es que atuam em território sob influência da violência armada, discutindo a repercussão desta em suas vidas, no trabalho e na saúde, assim como as mobilizações e estratégias envolvidas para lidarem com tal situação.