Singularidades do trabalho em uma escola pública municipal de educação integral: uma pesquisa: intervenção sobre saúde e trabalho das protagonistas das atividades

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Hyppolito, Amanda Ornela
Orientador(a): Brito, Jussara Cruz de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/30882
Resumo: O objetivo deste estudo foi analisar, sob o ponto de vista da atividade, a relação entre o trabalho e a saúde das trabalhadoras de uma escola pública municipal de educação integral de Niterói/RJ, construindo simultaneamente uma Comunidade Ampliada de Pesquisa e Intervenção (CAPI). Os procedimentos metodológicos adotados nessa pesquisa- intervenção foram: visitas à escola, observações do trabalho, conversas dialógicas com as trabalhadoras, uso do Questionário Saúde e Trabalho em Atividades de Serviço (QSATS) e Encontros sobre o Trabalho (EST). Constatou-se que o trabalho nesta escola é marcado por relações sociais de gênero e de classe, existindo distintos tipos de vínculos empregatícios (regime estatutário, trabalhadoras com contratos temporários e terceirizadas) e diversas situações de sobrecarga de trabalho. Compreende-se que a essas dimensões estão associadas questões específicas relativas a diferentes dinâmicas do processo saúde-doença, porém foram detectadas formas de sofrimento patógeno e adoecimento que são comuns ao conjunto de trabalhadoras e que provavelmente são vinculadas a aspectos transversais ao trabalho nessa escola, tais como: dores de cabeça, nas costas e no estômago; desânimo e fadiga geral; ansiedade e irritabilidade; problemas musculares e de articulações. Contudo, as trabalhadoras elaboram estratégias originais e criativas para lidar com as variabilidades no/do trabalho e preservar a saúde. A necessidade de sair para respirar e poder retornar às atividades, além de diferenciadas formas de cooperação entre trabalhadoras de segmentos distintos foram defesas e estratégias de regulação do trabalho comuns evidenciadas ao longo da pesquisa. A educação integral implantada gera um quadro de maior complexidade, ampliando as funções e/ou as jornadas de trabalho. O cuidado com as crianças se configura como um elemento de destaque na produção de sentido do trabalho de educar, um valor comum, contribuindo para a construção de um coletivo de trabalho ampliado envolvendo todas as trabalhadoras-educadoras. Considera-se que essa modalidade de pesquisa- intervenção, compartilhada e dialógica, possibilitou espaços de discussão sobre o trabalho - com destaque para os Encontros - apontando caminhos para a construção de uma CAPI. Tal experimentação contribuiu para que as trabalhadoras ampliassem seu olhar e se tornassem mais potentes para a construção coletiva de ações afirmadoras de vida e saúde no trabalho.