Habitando o paradoxo: atenção à pessoa em crise no campo da saúde mental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Jardim, Katita Figueiredo de Souza Barreto
Orientador(a): Amarante, Paulo Duarte de Carvalho, Yasui, Silvio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13139
Resumo: No campo da Saúde Mental, poucos pontos causam tanta angústia como a Atenção à Pessoa em Crise (APC). Mesmo com o avanço da Reforma Psiquiátrica no Brasil, a Atenção à Pessoa em Crise, reconhecida como urgência psiquiátrica, ainda é operacionalizada de forma manicomial, por meio de intervenções biomédicas, contenções físicas e internações de longa duração. Esta pesquisa tem por tema a Atenção à Pessoa em Crise enquanto um processo prático e interventivo, com orientação marcadamente antimanicomial. O Objetivo Geral é analisar o processo da Atenção à Pessoa em Crise realizada em um CAPS III da cidade de Aracaju (SE). Os Objetivos Específicos são: a) debater a complexidade da Atenção à Pessoa em Crise no contexto do CAPS em questão e analisar estratégias de cuidado; b) investigar o caráter substitutivo ao manicômio do CAPS e a sua atuação junto ao território; c) Mapear as estratégias de responsabilização e de articulações (tais como, família, rede de saúde, dentre outras) que podem vir a se constituir como redes de suporte social cotidianas. Foram realizadas trinta e três visitas para observações de campo, com duração média de seis horas cada, que geraram um diário de campo; quinze entrevistas semiestruturadas gravadas com profissionais e usuários; e três grupos focais, sendo dois deles com profissionais (cada um com cinco participantes) e um, com usuários (nove participantes). Escolhemos a Cartografia como posicionamento teórico-metodológico para guiar a investigação, que foi realizada por meio de três eixos de análise: cuidado, território e responsabilização. Propomos despatologizar a crise e incluí-la como mais um dos eventos da vida. Esta tese é um convite a habitar o paradoxo, que é a insegurança de lidar com o outro em crise não se utilizando de respostas pré-determinadas pela lógica manicomial, é desconstruir junto ao usuário e consigo mesmo a forma de expressão daquele sofrimento, a fim de se deixar afetar pelo momento e, a partir daí, traçar o plano de ação necessário conjuntamente.