Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Silva, Ana Catarina Alves e |
Orientador(a): |
Carmo, Cleber Nascimento do |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/56676
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Resumo: |
Diante da sub-representação de pacientes idosos com câncer de cavidade oral e orofaringe em ensaios clínicos e da escassez de estudos exploratórios sobre condições prévias ao tratamento oncológico nesses pacientes, investigações que incorporem ferramentas geriátricas com finalidade preditiva são necessárias e buscam identificar estratégias terapêuticas ideais para a população idosa com câncer. A Avaliação Geriátrica Multidimensional (AGM) é considerada uma ferramenta objetiva para avaliar diversas dimensões da saúde, sendo usada para prever toxicidades durante tratamento, a sobrevivência global e influenciar as decisões de tratamento. Esta tese foi construída na forma de dois artigos, os quais incluíram estudos seccionais da linha de base de uma coorte de pacientes de 60 ou mais anos de idade, com diagnóstico de câncer de cavidade oral e orofaringe, sem tratamento oncológico prévio O primeiro artigo teve como objetivo descrever e comparar clusters de sintomas de pacientes idosos com câncer de cavidade oral e orofaringe. Por se tratar de uma experiência multidimensional, considerou-se que um sintoma pode influenciar a ocorrência de outro, e gerar um efeito adverso e/ou sinérgico, servindo como um preditor de morbidade do paciente, mesmo antes da indicação de tratamento. Para tanto, foram aplicados a 161 pacientes questionários de avaliação da qualidade de vida (QV) de pacientes com câncer (EORCT QLQ-C30 e QLQH&N35). Para identificar os clusters de sintomas, foi realizada análise fatorial exploratória (AFE), e a relação entre estes agrupamentos de sintomas e as demais variáveis independentes foi avaliada com modelos de regressão linear. Observou-se que a disfagia foi o cluster que mais carregou sintomas, sendo um cluster comum às localizações primárias. Além da dor, um dos principais sintomas do cluster disfagia, incluiu sintomas como dificuldade para deglutir e falar e perda de peso. Os sintomas psicológicos também se mostraram importantes em ambos os grupos de pacientes e o cluster de astenia, além de relacionado ao envelhecimento, pode ter representado relação com a progressão da doença. No segundo artigo, os objetivos eram identificar os fatores associados à indicação do tratamento médico, verificar a existência de diferenças entre os grupos de tratamento e estratos das variáveis clínicas, demográficas e avaliar essa indicação, caso fossem considerados os domínios da AGM. A análise descritiva utilizou medidas-resumo, bem como os testes X 2 , Fisher e Kruskal-Wallis. Associações simples e múltiplas foram verificadas os resultados por meio de árvores de decisão e regressão logística múltipla, sendo nesta última apresentados em forma de odds ratio. O modelo de decisão médica, indicou a localização, Performance status (PS), idade e hábito de fumar como principais determinantes da indicação de tratamento médico. Uma pior PS evidenciou uma chance de indicação não cirúrgica duas vezes a chance de cirurgia (OR=2,10; IC95% 1,26-3,51), assim como pacientes com tumores em orofaringe foram mais indicados para Radioterapia combinada à quimioterapia que aqueles com tumores em cavidade oral (OR=12,04; IC95% 4,92-29,45). O modelo que utilizou a AGM, indicou a capacidade funcional, estado nutricional, sintomas depressivos e comorbidade como determinantes da indicação, sendo que melhores escores em capacidade funcional e estado nutricional reduziam a chance de indicação não cirúrgica, enquanto piores escores de sintomas depressivos e comorbidade aumentariam em 28% e 56% a chance de indicar tratamento não cirúrgico, respectivamente. Reforça-se que a AGM não substitui a avaliação médica, mas a complementa e auxilia em uma abordagem mais objetiva e individualizada, sendo indispensável no tratamento dos pacientes com câncer de cavidade oral e orofaringe. |