A comunicação humana em pacientes com tumores de boca e orofaringe em cuidados paliativos : um olhar sob o cuidado, autonomia e dignidade da pessoa humana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: SANTOS, Elaine Cristina Bezerra dos
Orientador(a): SILVA, Josimário João da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Cirurgia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38233
Resumo: O cuidado paliativo consiste de uma abordagem assistencial ao paciente sem possibilidade de cura e a sua família, tem por objetivo proporcionar uma melhor qualidade de vida a partir, essencialmente, de uma boa comunicação. Especificadamente, nos tumores de boca e orofaringe, na maioria das vezes, a comunicação oral encontra-se comprometida, dificultando as medidas de cuidado e interpretação dos sentimentos e vontades diante da terminalidade. Teve como objetivo compreender a influência dos distúrbios da comunicação em pacientes com câncer de boca e/ou orofaringe em cuidados paliativos sobre o cuidado, autonomia e dignidade humana.Trata-se de um estudo quanti-qualitativo, de caráter descritivo e de corte transversal. Composto por 53 pacientes com câncer de boca e/ou orofaringe em cuidados paliativos e onze cuidadores com idades a partir dos 18 anos. A coleta de dados foi realizada nos serviços de cuidados paliativos, ambulatório e enfermaria, de um hospital de referência em Recife. Aos pacientes foram aplicados três protocolos adaptados ao estudo: Intensive care unit communication screening protocol; Aphasia needs assessment protocol; e Questões relacionadas ao direito à informação. Para os cuidadores foram realizadas entrevistas semiestruturadas, que posteriormente foram transcritas e apresentados em categorias. Houve maior prevalência do sexo masculino com média de idade aos 51,7 anos, aproximadamente, 76% utilizaram estratégias comunicativas não-verbais e 73,6% consideraram sua comunicação como ruim. Todos os sujeitos afirmaram que desejavam ser informados sobre sua doença e que não participavam das tomadas de decisões junto a equipe. Nos dados qualitativos, emergiramse dois eixos temáticos: Distúrbios comunicativos e os impactos sobre a autonomia e tomadas de decisão; e repercussões sociais e de vida em indivíduos com distúrbios comunicativos associados aos tumores de boca e orofaringe. Todos os cuidadores referiram que as estratégias comunicativas não-verbais foram as mais prevalentes, e, associaram que esta limitação se apresentou negativamente sobre autonomia, interações sociais e relação com equipecuidadores. Concluiu-se que pacientes com tumores de boca e/ou orofaringe em cuidados paliativos apresentam maiores dificuldades comunicativas que refletem negativamente sobre sua autonomia e expressão de seus sentimentos, com isso, limitam a participação junto a equipe e familiares nas escolhas a serem realizadas antes de sua morte.