Análise de sobrevivência de indivíduos que sofreram parada cardiorrespiratória segundo clusters de sintomas prodrômicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Oliveira, Izabela Martins
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-26112024-171337/
Resumo: Introdução: A parada cardiorrespiratória (PCR) é um problema de saúde pública mundial, devido à elevada prevalência e morbimortalidade associados ao evento. Há evidências na literatura de que a PCR é antecedida por sintomas prodrômicos que podem se manifestar de forma isolada ou concomitante (cluster). O estudo de sintomas prodrômicos da PCR pode ser guiado pela teoria dos sintomas desagradáveis (TDSD). Na TDSD os sintomas são influenciados por fatores fisiológicos, psicológicos e situacionais, ao mesmo tempo que influenciam desfechos dos indivíduos. Até onde se sabe, não há na literatura estudos que analisaram a associação entre fatores influenciadores e clusters de sintomas prodrômicos e a relação destes sintomas com a sobrevivência até a alta hospitalar ou óbito. Objetivo: Analisar a sobrevivência até a alta hospitalar ou óbito segundo a presença de cluster de sintomas prodrômicos da PCR. Método: Estudo longitudinal, retrospectivo, correlacional, com abordagem quantitativa. A amostra foi constituída dos indivíduos que sofreram PCR e foram atendidos no Complexo do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR) entre os anos 2010 e 2020. Foram excluídos os prontuários em que não havia a documentação de sintomas prodrômicos e aqueles que pertenciam a pessoas com diagnóstico de morte encefálica. Todos os dados foram coletados dos prontuários. As variáveis foram descritas por medidas de tendência central e dispersão, além de frequências. Os clusters de sintomas foram determinados por análise de correspondência múltipla e expertise clínica da pesquisadora. As associações entre fatores influenciadores e cluster de sintomas foram analisadas por meio do Teste Exato de Fisher e Qui Quadrado para as variáveis categóricas e pelo teste de Wilcoxon-Mann-Whitney para as variáveis numéricas. A análise de sobrevivência foi realizada por meio do método de Kaplan-Meier e para as comparações foi utilizado o teste Log-Rank. O nível de significância adotado no estudo foi de 5%. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do CHC-UFPR. Resultados: Foram incluídos 120 prontuários de indivíduos com idade média de 58,7 (DP=18,3) anos, sendo a maioria do sexo feminino (n=65; 54,2%). Foram identificados 22 sintomas prodrômicos e formaram-se três clusters. O cluster 1 foi identificado em 60 prontuários (50%). O cluster 2 foi observado em 22 prontuários (18,3%). Já o cluster 3 foi identificado em 65 prontuário (54,1%). O cluster 1 apresentou associação estatisticamente significativa com sexo feminino (p=0,006) e diabetes (p=0,014); o cluster 2 com sexo feminino (p=0,017) e estado civil casado (p=0,045); e o cluster 3 com ritmo de diagnóstico da PCR (p=0,011), etiologia da PCR (p=0,007) e diabetes (p=0,050). Observou-se diferença na sobrevivência até a alta hospitalar ou óbito apenas para os indivíduos com sintomas do cluster 2 (p=0,04). Conclusão: Os sintomas prodrômicos da PCR ocorrem em cluster e estão associados a fatores influenciadores fisiológicos e situacionais. Indivíduos com cluster de sintomas relacionados à hipoperfusão tiveram menor tempo de sobrevivência até a alta hospitalar ou óbito.