Associação entre avaliação geriátrica inicial e tolerabilidade ao tratamento quimioterápico em pacientes com neoplasia maligna do sistema digestório após um período de 3 meses

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santos, Marcos Dumont Bonfim [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/67960
Resumo: Introdução: A OMS (Organização Mundial de Saúde) define como idoso aquele indivíduo com idade maior ou igual a 60 anos em países em desenvolvimento. É sabido que devido as alterações sociodemográficas como aumento da expectativa de vida, houve aumento da prevalência do diagnóstico de câncer neste subgrupo populacional. Associado ao fato de historicamente esses indivíduos serem pouco representados nos principais estudos clínicos oncológicos, surge o desafio de uma melhor maneira de avaliação destes pacientes que possuem inerentemente características fisiológicas distintas. Neste contexto consolida-se a Avaliação Geriátrica Ampla (AGA) como ferramenta adequada de aplicação. Objetivo: Avaliar com base nos domínios da AGA pacientes idosos com neoplasia maligna do trato digestivo que iniciarão tratamento quimioterápico e associar com a tolerabilidade ao tratamento após 3 meses. Método: trata-se de um estudo prospectivo que incluiu pacientes com neoplasia do trato digestivo: esôfago, estômago, pâncreas, vias biliares, colón e reto com avaliação no início e após 3 meses de quimioterapia. Foram selecionados paciente com idade igual ou superior a 60 anos. A AGA foi aplicada no início do tratamento. A tolerabilidade ao tratamento foi definida neste estudo pela toxicidade e pela manutenção ou não do tratamento escolhido ao final de 3 meses. Resultados: Foram incluídos 50 pacientes com mediana de idade de 68 (60 a 86) com câncer do aparelho digestivo, a maioria colorretal (42%). Em relação ao estadiamento 7 eram estadio II, 18 estadio III e 25 estadio IV. Dentre os diversos domínios avaliados na AGA, correlacionaram-se com toxicidade: AIVDS (Atividades Instrumentais de Vida Diária) e o estado nutricional. A proporção de pacientes que apresentavam algum grau de dependência para atividades instrumentais foi maior entre aqueles que desenvolveram a toxicidade grau 3 (p= 0,048). Houve maior proporção de desnutridos entre os pacientes que desenvolveram toxicidade grau 3 (p=0,003). Em relação ao desfecho: a proporção de pacientes dependentes para atividades instrumentais foi maior entre os que não conseguiram seguir com o tratamento através de 2 instrumentos para AIVDS, escala de Lawton (p=0,020) e questionário Pfeffer (p=0,024); houve maior proporção de desnutridos entre os pacientes que necessitaram suspender ou modificar o tratamento(p=0,002). Conclusões: Os domínios de funcionalidade e nutrição associaram-se com a toxicidade e manutenção do tratamento após 3 meses.