Resumo: |
A sexualidade se expressa de forma dinâmica através de construções que ultrapassam a esfera biológica e se atrelam a aspectos sociais, culturais, psicológicos e históricos. No contexto educacional contemporâneo, abordar temáticas relacionadas à sexualidade, exige a capacidade de desenvolver experiências pedagógicas diversificadas e alinhadas com a sociedade na qual os jovens estão inseridos. Nessa perspectiva, os materiais de ensino, sobretudo os materiais educativos, têm papel relevante para uma aprendizagem significativa e requerem condições básicas para que os novos conhecimentos adquiram significado para os jovens, para desatrelar de propostas pedagógicas amparadas em concepções religiosas e higienistas. Assim, o estudo objetivou, analisar o tema da sexualidade, considerando a diversidade sociocultural, no contexto dos materiais educativos voltados para alunos do ensino fundamental e médio na rede pública de ensino de Santarém/PA. Adotou-se a abordagem qualitativa, exploratória e descritiva e os dados foram coletados na primeira fase da pesquisa (pré-pandemia) com aplicação de questionário e entrevistas nas escolas para caracterização do grupo da pesquisa e de forma documental, por meio de revisão da Literatura, de dados da Secretaria Municipal de Educação (SMS), da Secretaria Regional de Educação e de materiais educativos. O estudo foi desenvolvido em Santarém no estado do Pará que é a segunda maior unidade federativa do Brasil em território e é dividido em 144 municípios e a cidade se caracteriza por uma grande diversidade social e cultural, devido à população ser composta por quilombolas, ribeirinhos e indígenas. O estudo permitiu ampliar o olhar sobre a abordagem da sexualidade e ajudar a compreender estratégias mais adequadas as necessidades de cenários repleto de diversidade sociocultural, imergidos em vulnerabilidades individuais, sociais e programáticas que forma um espaço único, repleto de singularidades em razão do perfil epidemiológico, populações específicas de difícil acesso e entraves para a entrada aos serviços de saúde e educação, indicando que as propostas de ensino da sexualidade devem ser pautadas naquilo que é significativo para os jovens, sem uma intencionalidade em reforçar os padrões de saúde definidos por instâncias governamentais, projetados em mudanças comportamentais, reconhecendo às particularidades de cada região e as diferentes juventudes, que permita a valorização do saber popular e a participação daqueles que, não como técnicos ou cientistas, vivem as questões, mas, podem ajudar a resgatar a autonomia, a identidade e protagonismo juvenil. |
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