Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Glória, Mary Ruth Batista |
Orientador(a): |
Toledo, Luciano Medeiros de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4788
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Resumo: |
A leishmaniose visceral (LV) é uma doença relevante no contexto mundial, na medida em que são registradas, em diferentes países em desenvolvimento, altas taxas de incidência e de letalidade. No Brasil, a LV vem se expandindo e urbanizando-se. Em Palmas a doença encontra-se bastante disseminada em seu território, vivenciando, nos dias atuais, uma situação de intensa transmissão da doença. O objetivo deste estudo foi descrever a situação epidemiológica da LV no município de Palmas e analisar sua distribuição espacial na cidade no período de 1995 a 2004. Foram analisados os casos notificados no SINAN, na FUNASA, no SIM e na Secretaria Municipal de Saúde de Palmas, considerando-se apenas pacientes residentes em Palmas, cujas fichas de investigação apresentavam campo da classificação final confirmado para a LV. Analisaram-se os indicadores: taxa de incidência e letalidade; as variáveis: faixa etária, sexo, zona de residência e também a relação entre casos humanos e caninos no período de 2001 a 2004. Foram registrados em Palmas 392 casos humanos de LV e 25 óbitos. O primeiro registro de caso de LV em Palmas data de 1990, ano de implantação da cidade. De lá para cá a doença se disseminou por varias regiões da capital, e hoje é encontrada em grande parte das quadras/loteamentos. A LV em Palmas se caracteriza como uma doença de transmissão claramente urbana, pois quase a totalidade dos casos (98%) procedia de ambiente urbano. A maior ocorrência de casos foi em indivíduos do sexo masculino (58,9%). Foram acometidos indivíduos de 2 meses até 74 anos de idade, onde 50,8% eram menores de 5 anos. O ano de 2003 foi o que apresentou o maior número de casos humanos (91) e a maior taxa de incidência (53 casos/100.000 hab.), registrando-se uma grave situação epidêmica. A taxa de letalidade foi alta em todos os anos com registro de óbito, destacando-se o ano de 1997 (20%), diminuindo para 6,6% em 2003 e se elevando novamente em 2004 (12,1%). Dos 367 casos humanos de LV incluídos na análise de distribuição espacial, 72,0% eram provenientes de Palmas Sul e 28,0% de Palmas Centro. Houve uma correlação forte entre casos humanos e caninos, aproximadamente 80%. A transmissão da LV em Palmas apresentou um comportamento claramente cíclico, com picos em 1996, 1999, 2001 e 2003. Ademais, evidenciou-se um aumento crescente dos picos ao longo dos anos, acompanhando o crescimento populacional e a ocorrência de importantes modificações ambientais, como a formação do lago da UHE Lajeado. A permanência de fragmentos vegetais entremeados por quadras habitadas e consolidadas, as constantes migrações, os desmatamentos (conseqüente da formação do reservatório da UHE Lajeado, da expansão urbana e da constante roçagem de lotes baldios, logradouros e áreas verdes), além da carência de infra-estrutura básica na área de saneamento, em especial nas áreas periféricas, são condições que possivelmente contribui para a manutenção do ciclo de transmissão da doença em Palmas. |