Variação do peso corporal após quimioterapia neoadjuvante/adjuvante em pacientes com 50 ou mais anos de idade com câncer de mama: resultados de uma coorte brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Rodrigues, Graziele Marques
Orientador(a): Mattos, Inês Echenique
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/56675
Resumo: O câncer de mama é a principal neoplasia diagnosticada em mulheres na atualidade, configurando um problema de saúde pública global. A quimioterapia é uma das abordagens terapêuticas mais utilizadas e seus esquemas atuais envolvem o uso combinado de antraciclinas e taxanos. As pacientes sob tratamento quimioterápico apresentam variação de peso, porém os mecanismos envolvidos nesse processo ainda não são consenso na literatura e as hipóteses podem envolver ação direta dos quimioterápicos ou o desbalanço energético. Portanto, o objetivo desta tese foi avaliar a associação entre protocolo de quimioterapia adotado e variação do peso em mulheres com câncer de mama, atendidas no Instituto Nacional do Câncer. Trata-se de um estudo de coorte prospectivo com 338 mulheres de 50 ou mais anos de idade, com câncer de mama incidente e estadiamento clínico até IIIC. A variável independente principal foi a quimioterapia e o desfecho foi a variação do peso. Foram calculadas variações absolutas e percentuais do peso ao final do primeiro esquema e após o final do segundo proposta de quimioterapia neoadjuvante e adjuvante. Testes de hipóteses paramétricos e não paramétricos foram aplicados para evidenciar diferenças do desfecho entre a linha de base e os momentos de seguimento. A associação entre protocolo de quimioterapia e variação do peso foi analisada por meio das equações de estimação generalizadas. A média de idade foi de 59,70 (±6,24) anos. Entre as mulheres recrutadas, o tratamento neoadjuvante foi indicado para 225 (66,6%) e adjuvante para 113 (33,4%). As mulheres em quimioterapia neoadjuvante perderam em média 1,01 (±4,30) kg durante todo o tratamento, sendo para antraciclinas perda de 0,84 (±3,84) kg e taxanos de 0,16 (±2,86) kg. Entretanto após ajuste por fadiga, tempo médio sentado, idade, peso usual e gasto energético total as associações não apresentaram significância estatística. Na quimioterapia adjuvante, a perda ponderal em todo tratamento foi, em média, de 1,32 (±3,84) kg. O peso diminuiu em média 0,15 (±2,73) kg e 1,17 (±3,62) kg para antraciclinas e taxanos, respectivamente. No modelo múltiplo, ajustado por peso usual e gasto energético total, os resultados não apresentaram significância estatística. O uso das antraciclinas e taxanos parecem contribuir para perda ponderal, entretanto demais aspectos clínicos como a evolução natural do câncer e mudanças na composição corporal também precisam ser considerados durante tratamento em mulheres com câncer de mama.