Avaliação intergeracional do peso ao nascer e composição corporal na Coorte de Nascimentos de 1993, Pelotas/RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Oliveira, Riceli Rodeghiero
Orientador(a): Gigante, Denise Petrucci
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pelotas
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://guaiaca.ufpel.edu.br/xmlui/handle/prefix/14811
Resumo: Nas últimas quatro décadas, as prevalências de sobrepeso e obesidade têm aumentado, sendo considerado um problema de saúde pública, em nível global. A associação da adiposidade entre pais e filhos envolve a predisposição genética, estado nutricional dos pais e fatores associados ao ambiente compartilhado, considerando o ambiente afeta especialmente aqueles indivíduos predispostos ao sobrepeso e obesidade. Estudos sugerem que as medidas corporais dos pais estão associadas com o aumento do risco de sobrepeso e obesidade nos filhos da infância até a vida adulta. Além disso, o peso ao nascer dos pais tem sido considerado como um indicador antropométrico preditor do peso ao nascer dos descendentes. Portanto, a presente tese de doutorado teve como objetivo avaliar a transmissão intergeracional do peso ao nascer e composição corporal através de dados longitudinais da Coorte de Nascimentos de 1993 de Pelotas/RS. O primeiro artigo da tese compreendeu uma revisão sistemática da literatura sobre a associação entre peso ao nascer entre duas gerações, também foi realizada uma meta-análise para avaliar a diferença na média de peso ao nascer e quantificar a associação de baixo peso ao nascer entre as gerações. Por meio dessa revisão foi possível verificar que apesar do aumento na média de peso ao nascer entre as gerações, não foi observada associação estatisticamente significativa. Entretanto observou-se que filhos de pais com baixo peso ao nascer tinham maior probabilidade de ter baixo peso ao nascer. O segundo artigo da tese, investigou a associação entre o peso ao nascer dos pais e o peso ao nascer dos filhos, testando também a mediação por altura e Índice de Massa Corporal (IMC) dos pais com 11 anos de idade. Foram avaliadas 860 duplas de pais e filhos, sendo que a maioria da amostra era constituída por mulheres da coorte que eram mães aos 22 anos. Foram observados aumentos da média de peso ao nascer entre as duas gerações. Também foi observado que mães que nasceram com baixo peso ao nascer tiveram mais chances de ter filhos com baixo peso e essas relações não foram mediadas por IMC ou altura no início da adolescência. Neste sentido, os achados sugerem que os indicadores antropométricos dos mães podem influenciar o peso ao nascer de seus filhos. O terceiro artigo examinou as trajetórias de adiposidade, por meio do IMC e percentual de gordura corporal (%GC) dos 11 aos 22 anos, e descreve essas trajetórias segundo sexo e características sociodemográficas. Quatro trajetórias foram apresentadas para IMC e %GC e o excesso de peso materno foi a variável que esteve associada com todas as trajetórias de IMC e %GC para homens e mulheres. Como conclusão da tese, os resultados encontrados fornecem evidências sobre a influência das medidas corporais entre gerações, compreendendo a transmissão intergeracional do peso ao nascer e a relação do excesso de peso materno com as trajetórias de IMC e do %GC do início da adolescência até o início da idade adulta.