Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
GONÇALVES, Fabiana Cristina Lima da Silva Pastich |
Orientador(a): |
Lima, Marilia de Carvalho |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Saude da Crianca e do Adolescente
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17123
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Resumo: |
Estudos epidemiológicos e experimentais apontam que injúrias ocorridas durante o período perinatal podem ter repercussões imediatas sobre o metabolismo e a composição corporal e/ou influencia-las em longo prazo. A restrição do crescimento fetal estaria associada ao aumento desproporcional de massa gorda em relação à massa magra corporal e, segundo os modelos desenvolvimentistas de saúde e doença, essa desproporção seria uma consequência da falta de adaptação aos estímulos externos, habilidade que pode ser adquirida durante a “janela de plasticidade”. Contudo, é incerta a relação entre o crescimento pré e pós-natal e a composição corporal em populações de baixo desenvolvimento socioeconômico, e é questionável se o crescimento em outras fases do ciclo da vida apresentaria maior influência sobre a composição corporal. Acredita-se que crianças com restrição do crescimento fetal apresentam uma menor adaptação aos estímulos externos e são mais susceptíveis à influência do ambiente sobre o crescimento durante a infância e adolescência. Essas crianças acumulariam uma maior proporção de gordura em relação à massa magra corporal, independente de suas condições socioeconômicas e estilo de vida. O objetivo deste estudo foi investigar a influência do crescimento fetal, na infância e adolescência sobre a composição corporal de adolescentes nascidos a termo, com pesos baixo e adequado. Este é um estudo de coorte realizado na Zona da Mata de Pernambuco, região de baixo desenvolvimento socioeconômico, com 217 adolescentes recrutados ao nascer, acompanhados nos seis primeiros meses, e reavaliados aos 8 e 18 anos. O peso ao nascer (74 com baixo peso e 143 com peso entre 3000 e 3500g) e a proporcionalidade corporal (proporcionais: índice ponderal de Rohrer ³ 2,5 g/cm³ e desproporcionais < 2,5 g/cm3) foram avaliados. O ganho de peso > 0,67 escore z entre o nascimento e seis meses foi definido como rápido. O ganho de índice de massa corporal entre as idades seis meses e oito anos, e oito e 18 anos foi avaliado segundo esse mesmo critério. Sexo, escolaridade, condições socioeconômicas, nível de atividade física e, frequência de consumo de alimentos ultraprocessados e doces foram avaliados. O peso ao nascer não se associou à composição corporal na adolescência. A análise de regressão linear multivariada mostrou que o sexo masculino, o rápido ganho ponderal nos primeiros 6 meses pós-natal, o rápido ganho de índice de massa corporal entre seis meses e oito anos, e entre oito e 18 anos foram as variáveis que melhor explicaram a variação do índice de massa magra na adolescência. O rápido ganho de índice de massa corporal entre seis meses e oito anos, e entre oito e 18 anos contribuíram significantemente para explicar uma maior variação na proporção entre massa gorda em relação à massa magra corporal. Conclui-se que há um efeito em cascata entre as fases do crescimento fetal e pós-natal. O rápido ganho ponderal nos primeiros meses do período pós-natal favorece uma maior proporção de massa magra em longo prazo. O ganho de índice de massa corporal no período mais próximo da adolescência permite um maior acúmulo de massa gorda em relação à massa magra. |