Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Maria Isabel Lovo Martins Busch |
Orientador(a): |
Pinge Filho, Phileno,
Wowk, Pryscilla Fanini |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Carlos Chagas.
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/32866
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Resumo: |
Durante a infecção por Trypanosoma cruzi a resposta imunológica é importante para o controle do parasitismo e sobrevida do hospedeiro. Contudo, o parasito apresenta mecanismos de evasão que garantem sua persistência e o desenvolvimento da fase crônica da infecção. As vesículas extracelulares de T. cruzi Y (EVs Y) participam da comunicação intercelular ao carrearem moléculas funcionais que sinalizam para células do hospedeiro podendo modular a resposta imunológica a favor do parasito. A suplementação de dietas com ácidos graxos poli-insaturados (PUFAs) n-3 tem sido associada com redução da inflamação e modulação da resistência às infecções. Nosso grupo mostrou recentemente que a suplementação oral com óleo de peixe é benéfica para o hospedeiro durante a fase aguda da infecção por T. cruzi. O objetivo da tese foi avaliar os efeitos imunopatológicos das EVs Y, assim como a sua associação à ação imunomoduladora dos PUFAs na patogênese da doença de Chagas experimental. Camundongos C57BL/6 que receberam o inóculo de EV Y previamente à infecção por T. cruzi apresentaram maior parasitemia, maior parasitismo cardíaco, diminuição dos níveis de óxido nítrico (NO) plasmático e daquele produzido por células esplênicas. As EVs Y também modularam a produção de citocinas pró-inflamatórias, com redução do TNF-α plasmático e menor produção de TNF-α e de IL-6 por células esplênicas obtidas de animais infectados. Em ensaios in vitro utilizando macrófagos, o estímulo com EVs Y previamente à infecção por T. cruzi aumentou a internalização de amastigotas assim como a liberação de formas tripomastigotas. Neste mesmo cenário, as EVs Y induziram a formação de corpos lipídicos e a produção de prostaglandina E2 em macrófagos, mesmo na ausência do T. cruzi, e diminuíram a produção de NO frente ao estímulo com LPS. A suplementação oral dos animais com óleo de milho (CO) ou óleo de peixe (FO) impediu o aumento da parasitemia em animais previamente tratados com EVs Y. Além disso, a estimulação com EVs Y não reduziu a produção de NO pelos esplenócitos dos animais suplementados com FO, indicando que a ingestão de FO rico em PUFAs n-3 impede os efeitos moduladores das EVs Y sobre a resposta dos animais à infecção. In vitro, o tratamento de macrófagos com ácido araquidônico associado às EVs Y aumentou a internalização de parasitos nessas células, enquanto o tratamento com ácido eicosapentaenóico associado às EVs Y diminuiu a internalização de parasitos. Macrófagos tratados com ácido linoleico ou oleico tiveram maior liberação de tripomastigotas, que foi potencializada pela associação desses ácidos graxos com EVs Y. Já nos macrófagos tratados com ácidos araquidônico, eicosapentaenóico ou docosahexaenóico não houve liberação de tripomastigotas, mesmo quando associados às EVs Y. Esses resultados sugerem que as EVs Y modulam a resposta do hospedeiro a favor do parasito enquanto os PUFAs n-3 interferem na modulação exercida pelas EVs Y. |