Potencial imunoestimulatório de vesículas extracelulares liberadas de macrófagos infectados pelo Mycobacterium bovis BCG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Elissandro, Miranda Martins
Orientador(a): Bessa, Theolis Costa Barbosa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Gonçalo Moniz
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/33153
Resumo: INTRODUÇÃO: Vesículas extracelulares (VE) são estruturas envolvidas por membrana fosfolipídica e proteica e podem conter componentes citoplasmáticos como proteínas, enzimas e ácidos nucléicos. Elas são encontradas em fluidos biológicos como plasma, soro, saliva e leite materno e são liberadas por vários tipos celulares. As VE são consideradas importantes vias de comunicação intercelular, juntamente com fatores de crescimento, citocinas, quimiocinas e moléculas de adesão, os quais são capazes de modular resposta imune. Estudos preliminares sugerem que as VE derivadas de macrófagos infectados exibem atividade pró-inflamatória e podem modular mecanismos da resposta imune, como a migração de outras células para o foco infeccioso. OBJETIVO: Avaliar a capacidade imunoestimulatória e antimicobacteriana de VE derivadas de macrófagos infectados pelo Mycobacterium bovis BCG e do plasma de indivíduos saudáveis. MÉTODOS: VE foram isoladas a partir do sobrenadante de cultura de macrófagos humanos infectados ou não por M. bovis BCG (VE-BCG, VE-meio), bem como, diretamente, a partir de plasma de doadores saudáveis (VE-plasma). As VE foram caracterizadas morfologicamente, por microscopia eletrônica de transmissão (MET), quanto ao tamanho e a concentração por análise de rastreamento de nanopartículas (NTA) e bioquimicamente, quanto à presença de moléculas de superfície e citocinas internas. A atividade antimicobacteriana e o potencial imunoestimulatório das VE foi avaliado em culturas de macrófagos humanos infectados ou não pelo BCG, através da quantificação da carga bacilar intracelular por unidades formadoras de colônias (CFU) e dosagem das citocinas IL-1β, IL-6, IL-8, IL-10 e TNF, respectivamente. RESULTADOS: A caracterização morfológica por MET, e quanto a tamanho e concentração por NTA, sugerem que as VE obtidas têm tamanho e formato compatíveis com achados de outros autores. Foi observada maior quantidade de VE/25μg de proteínas no plasma quando comparado com o sobrenadante de culturas estimuladas com BCG ou sem estímulo. A origem e a capacidade de apresentar antígenos foi confirmada respectivamente pela presença de moléculas de superfície de macrófagos (CD68) e a presença de receptores do complexo principal de histocompatibilidade do tipo II (MHC-II) em VE. VE-BCG mostraram carregar níveis aumentados de IL-6 e IL8 quando comparadas com VE-meio e VE-plasma. A atividade antimicobacteriana de VE-BCG e VE-Plasma foi sugerida pela redução da carga bacilar intracelular dos macrófagos tratados com essas respectivas VE. No entanto, não observamos mudança no perfil de liberação de citocinas no sobrenadante de culturas de macrófagos tratados com VE. CONCLUSÃO: Concluímos que macrófagos liberam VE com características da célula originária e com capacidade de apresentação de antígenos. Esses macrófagos quando infectados pelo BCG liberam VE carreadoras de citocinas pró-inflamatórias que podem favorece a atividade antimicobacteriana do macrófago após a infecção pelo BCG.