Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Antunes, Anderson Pereira |
Orientador(a): |
Massarani, Luisa Medeiros |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/50379
|
Resumo: |
Esta tese analisa a viagem do naturalista britânico Henry Walter Bates ao Brasil, entre 1848 e 1859, enfocando suas relações com os habitantes locais e observando de que forma estes colaboraram para o êxito da expedição. Durante os seus 11anos de estadia no país, Bates coletou espécimes de aproximadamente 14 mil espécies brasileiras, sendo cerca de oito mil até então desconhecidas na Europa e, a partir de suas observações, propôs a teoria hoje conhecida como mimetismo batesiano. Ademais, relatou sua vivência na Amazônia em um dos livros de viagem mais aclamados e bem-sucedidos de seu tempo, sendo reeditado até os dias de hoje. A viagem ao Brasil foi essencial para a inserção de Bates nos círculos científicos ingleses e para sua ascensão social e profissional. Por este motivo, é fundamental olhar para a sua passagem pelo Brasil para compreender o papel transformador de sua viagem e as estratégias empregadas por Bates para garantir o sucesso de sua empreitada. Sem apoio governamental, institucional ou financeiro, reunir uma ampla e diversificada rede de colaboradores locais foi essencial ao naturalista. Ao longo de seu relato de viagem, Bates faz referência a um total de 221 indivíduos, frequentemente nomeando e descrevendo aqueles que o auxiliaram. Desta forma, o livro de viagem, assim como os cadernos de campo mantidos pelo naturalista e algumas de suas correspondências pessoais, são fontes importantes para a compreensão da infraestrutura humana que tornou possível a sua expedição científica. Ao longo desta tese, a análise destas fontes é utilizada como base para a identificação de alguns dos principais indivíduos que compunham a rede de colaboradores de Bates no Brasil e para a observação das formas e dos momentos em que o naturalista buscava suporte na população local. Após a análise textual, uma visualização da rede de colaboradores de Bates foi criada com o software Gephi para complementar a leitura das interações dentro da rede. Observar como se davam estas interações é uma forma de compreender melhor a sociabilidade inerente ao trabalho naturalista de campo e de chamar atenção para uma complexa rede de indivíduos geralmente tornados invisíveis nas narrativas sobre as grandes viagens científicas do século XIX, mas frequentemente mencionados pelos próprios naturalistas em seus relatos de viagem por suas constantes colaborações. |