Imunoregulação e resposta imune sistêmica e tecidual na leishmaniose mucosa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Carvalho, Lucas Pedreira de
Orientador(a): Jesus, Amélia Ribeiro de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/35514
Resumo: Na infecção humana por leishmania há uma complexa interação parasito-hospedeiro, levando a uma variedade de formas clínicas. Em áreas de transmissão de L. brasiliensis, cerca de 3% dos pacientes com leishmaniose cutânea desenvolvem a forma mucosa da doença concomitantemente ou após cicatrização da ulcera. Células mononucleares do sangue periférico (CMSP) de pacientes com LM secretam maiores níveis de IFN-y do que as de pacientes com LC quando estimuladas com antígeno solúvel de leishmania (SLA). A presente tese é composta de 4 trabalhos e teve como objetivo principal caracterizar a resposta imune de pacientes com LM e LC em células de sangue periférico e no tecido, e determinar fatores que possam estar envolvidos na resposta inflamatória exacerbada de pacientes com LM. Análise por citometria de fluxo demonstrou que a célula CD4+ é a principal célula produtora de IFN-yem pacientes com LC ou LM. Na tentativa de modular a produção de IFN-y de pacientes com LC ou LM anticorpos contra citocinas (anti-IL-2, anti-IL-12, e anti-IL-15) ou antígenos recombinantes (LACK e KMPll) indutores de IL-IO foram adicionados a culturas de CMSP estimuladas com SLA. A neutralização de IL-12 não teve efeito significativo na produção de IFN-y em CMSP de pacientes com LC ou LM. A adição de anti-IL-2 suprimiu a produção de IFN-yem 73% e 52% em pacientes com LC e LM, respectivamente. A adição de anti-IL-15 suprimiu 56% da produção de IFN-y de pacientes com LC, mas não teve efeito significativo em pacientes com LM. A adição de LACK ou KMPll a culturas de CMSP estimuladas com SLA suprimiu a produção de IFN¬y de pacientes com LC, mas não teve efeito significativo em pacientes com LM. Não houve diferença significante na expressão de moléculas co-estimulatórias entre CMSP de pacientes com LC e LM. A freqüência de células CD4+ expressando marcadores de ativação celular (CD28-, CD62L- e CD69+) foi maior em pacientes com LM quando comparados com pacientes com LC. A análise de biópsias de pacientes com LM e LC demonstrou que pacientes com LM apresentam maior freqüência de células CD4+ expressando IFN-y, maior freqüência de células CD8+ positivas para Granzima A e menor freqüência de células expressando receptor de IL-I0 quando comparados com pacientes com LC. O presente estudo mostrou que pacientes com LM apresentam uma maior freqüência de células CD4+ ativadas maior do que pacientes com LC. Essas células não são propriamente moduladas por antagonistas de citocinas envolvidas em diferenciação e proliferação linfocitária ou por antígenos que induzem IL-I0, contribuindo também para este aspecto uma menor expressão de IL-l0.