Um olhar sobre a atenção psicossocial a partir do itinerário terapêutico de adolescentes em crise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Pereira, Melissa de Oliveira
Orientador(a): Sá, Marilene de Castilho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24473
Resumo: As situações de crise em saúde mental apresentam-se como um dos aspectos mais difíceis e estratégicos nessa assistência na medida em que muitas vezes é a partir delas que os sujeitos e seus familiares ou responsáveis procuram o serviço, podendo dar início a um processo de cuidado integral, mas também podendo dar início a um circuito de internações psiquiátricas ineficazes Essa pesquisa buscou se aproximar dessas questões ao lançar luz sobre a assistência à saúde mental de adolescentes em crise tendo como foco o CAPSi e a partir de uma outra cena, que se deu com a construção dos itinerários terapêuticos desses sujeitos e de seus familiares na busca por cuidado na rede de serviços. Tivemos como fonte principal para a reconstituição desses percursos as narrativas de vida dos próprios adolescentes e de seus familiares, complementadas com algumas entrevistas de profissionais. Nestas práticas pudemos acompanhar uma importante organização do trabalho no CAPSi atravessado por dificuldades de infra estrutura e baseado em certa rigidez institucional e fragmentação das estratégias, com pouco direcionamento para um trabalho intersetorial. Neste contexto, a atenção à crise parece se dar com um importante foco ora na medicação ora no Hospital Geral, que parece reduzir as possibilidades de criação de estratégias flexíveis. Apesar disso, pudemos perceber que o serviço se apresenta como importante espaço para os adolescentes e seus familiares no que diz respeito ao vínculo construído com os profissionais, o que foi marcante nas falas dos entrevistados. Pudemos perceber que esses itinerários são construídos cotidianamente através de fluxos e conexões que envolvem acontecimentos diversos e atores múltiplos. O cuidado à crise envolve o encontro com um forte sofrimento psíquico não apenas por parte do adolescente, mas também de sua família, de seus vizinhos, de outras pessoas de seu convívio. E envolve também o sofrimento dos profissionais de saúde mental, de suas possibilidades e limites em inventar e reinventar práticas, o que nos apontou para a necessidade de investimento nos serviços em espaços onde se possa pensar essas questões.