Alterações clínicas e oculares em cães naturalmente infectados por Leishmania infantum

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Cunha, Caroline Magalhães
Orientador(a): Calabrese, Katia da Silva, Cardoso, Flávia de Oliveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/15378
Resumo: Os achados clínicos da leishmaniose visceral canina (LVC), assim como os da leishmaniose visceral humana (LVH) são variáveis e inespecíficos. Apesar da LVC se apresentar como uma doença que pode ser fatal e crônica, existem poucos estudos descrevendo as alterações clínicas e histopatológicas destas infecções. Desta forma, evidenciando a necessidade de obtenção de dados que pudessem contribuir nesses estudos, o objetivo deste trabalho foi estudar as alterações clínicas e oculares presentes em 25 cães com leishmaniose visceral provenientes da localidade Cidade Operária, São Luís - Maranhão/Brasil através da realização de avaliação clínica, testes oftalmológicos (Schirmer e colírio fluoresceína) além de dosagens hematológicas e bioquímicas, isolamento e caracterização do parasito em amostras de medula óssea, baço e humor aquoso, além de PCR. Os resultados mostraram que linfoadenopatia foi o sintoma mais frequente, seguido de caquexia, alopecia, lesão de pele, onicogrifose e hepatoesplenomegalia. As manifestações clínicas oculares observadas com maior frequência foram: presença de algum tipo de secreção e conjuntivite, seguido de blefarite, uveíte e opacidade de córnea. Oito animais foram positivos no teste de Schirmer e sete no colírio de fluoresceína indicando a presença de ceratoconjuntivite seca e úlcera de cornea, respectivamente As alterações hematológicas mais frequentes foram anemia e trombocitopenia, aumento sérico de proteínas totais e globulina e a diminuição de albumina. A alteração mais frequente observada em todos os animais foi a presença de infiltrado inflamatório do tipo plasmocitário. A análise histopatológica dos olhos dos cães mostrou lesões nas pálpebras, esclera, glândulas e musculatura retrorbital. Tendo a presença do parasito sido evidenciada em 16% dos animais. Estes resultados mostram que as manifestações oftalmológicas estão presentes em animais com LVC e podem ocorrer concomitantemente com outros sinais sistêmicos da doença. É importante considerar a leishmaniose como uma doença sistêmica, a qual afeta diferentes órgãos e sistemas. Sugerimos assim, que em áreas endêmicas, este agravo deve ser incluído como diagnóstico diferencial de cães com lesões oculares ou de etiologia desconhecida