Frequencia de casais sorodiscordantes para o HIV e de parceiros candidatos a quimioprofilaxia pré-exposição em Campina Grande, PB

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: MONTEIRO, Maíra Gomes
Orientador(a): MELO, Heloísa Ramos Lacerda de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Medicina Tropical
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
HIV
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/26629
Resumo: Introdução: A sorodiscordância para HIV entre casais estáveis pode contribuir com até 30,4% do total de novas infecções pelo vírus na população geral, a exemplo da região subsaariana. Adotar medidas comportamentais e biomédicas, como quimioprofilaxia, reduz a transmissibilidade do HIV entre esses casais. Entretanto, a profilaxia com antirretroviral para o parceiro soronegativo ainda não está estabelecida no Brasil. O presente estudo se propôs, portanto, a avaliar a frequência de casais sorodiscordantes atendidos em Campina Grande que se beneficiariam da quimioprofilaxia pré-exposição. Metodologia: Foi realizado um estudo transversal e descritivo entre fevereiro de 2016 e março de 2017. Indivíduos HIV positivos em relacionamento sorodiscordante estável (“Índex”) foram avaliados por questionários estruturados e testados para sífilis e hepatites B e C. Também foram solicitados a convidar seus companheiros soronegativos. Estes, denominados “Parceiros”, passaram por entrevista, aconselhamento e testagem para HIV, sífilis e hepatites B e C. Para estes soronegativos foi realizada classificação de risco para aquisição de HIV por meio do escore de Kahle et al. Os dados foram analisados a partir do SPSS 23.0. Resultados: 632 pessoas que vivem com HIV/aids atendidos em Campina Grande foram consultadas. Verificou-se uma frequência de 90 (14,25%) casais sorodiscordantes para o HIV. Deles, somente 17 (18,88%) autorizou incluir seu parceiro soronegativo, dentre os quais 53% apresentavam alto risco para aquisição de HIV e, portanto, candidatos a quimioprofilaxia pré-exposição. As parcerias foram predominantemente heterossexuais (62%), monogâmicas (68,9%) e o “Índex” do sexo masculino em 68.9%. Apenas 17,8% eram casados, mas 41% estava em relacionamento estável há mais de 3 anos ou moravam juntos em 38,9% dos casos. Os participantes tinham idade média de 39.21anos (±10.92). A maioria tinha cor parda, ensino fundamental e não-empregados. Identificou-se baixa frequência de consumo de drogas ilícitas ao contrário do alto consumo de álcool. O tempo de diagnóstico do HIV no caso “Índex” foi em média de 6,4 anos. Pelo menos 20% deles não revelou diagnóstico de HIV para seu “Parceiro”. 87,8% estava em TARV sendo há mais de 6 meses em 91,2% e com viremia suprimida em 77,2% dos casos. A mediana de contagem de linfócitos T CD4+ foi 701,5 células/mm3. A coinfecção com sífilis foi verificada em 34,4% e hepatites em 3.3% dos “Índex”. Entre os soronegativos foram identificados 3 novos casos de HIV. Verificou-se, ainda, alto grau de conhecimento entre os participantes sobre medidas para redução da transmissão do vírus. Conclusão: Este estudo permitiu a determinação da frequência de casais sorodiscordantes em Campina Grande, bem como a identificação de parceiros em alto risco de aquisição do HIV, para os quais a quimioprofilaxia pré-exposição seria indicada. O estudo corrobora atuais estratégias na prevenção à transmissão e aquisição do HIV, que poderá resultar em menor incidência desta infecção.