Fatores determinantes do impacto da pandemia COVID-19 na saúde mental da população paulista: uma análise multidimensional na coorte ELSA-Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Bacchi, Pedro Starzynski
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-30082024-160709/
Resumo: Introdução: No decorrer da pandemia da COVID-19, surgiram evidências conflitantes acerca de seu impacto nos transtornos e sintomas psiquiátricos. Esta tese sintetiza os achados do Centro de Pesquisa ELSA-Brasil São Paulo para avaliar a psicopatologia relacionada à pandemia, estruturas de rede de sintomas mentais, trajetórias de transtornos mentais comuns (TMC) e incidência de ideação suicida durante a pandemia. Objetivo: Investigar mudanças nas taxas de sintomas psiquiátricos, a conectividade das redes de sintomas mentais, trajetórias de sintomas de TMC e fatores de risco associados ao aumento da ideação suicida durante a pandemia da COVID-19. Métodos: Foram utilizados dados do centro de São Paulo da coorte ELSA-Brasil, abrangendo avaliações pré-pandêmicas e pandêmicas. As ondas de coleta pré-pandêmicas incluem avaliações de 20082010 (Onda 1), 20122014 (Onda 2) e 20162018 (Onda 3). As avaliações pandêmicas, referidas como Ondas COVID (WC), compreendem quatro ondas: maiojulho de 2020 (WC1), julhosetembro de 2020 (WC2), outubrodezembro de 2020 (WC3) e abriljunho de 2021 (WC4). Foram utilizados o Clinical Interview Scheduled-Revised (CIS-R) e o Depression Anxiety Stress Scale-21 (DASS-21) para medir TMCs e sintomas psiquiátricos. Abordagens analíticas, incluindo modelos lineares generalizados multivariáveis, análise de rede, modelagem de trajetória baseada em grupos e regressão logística, foram aplicadas para comparar taxas de TMCs e sintomas psiquiátricos, examinar estruturas de rede de sintomas mentais, identificar trajetórias de sintomas de TMC e avaliar a incidência de ideação suicida. Resultados: Não foi encontrado um aumento significativo nas taxas de TMCs. Idade mais jovem, sexo feminino, menor nível educacional e etnia não branca foram consistentemente associados a maiores chances de transtornos psiquiátricos e piores trajetórias de sintomas. A análise de rede indicou maior conectividade geral entre os sintomas mentais durante a pandemia, particularmente entre preocupações gerais e preocupações com a saúde. Foi observado um aumento de três vezes na taca de ideação suicida. TMC anterior (OR 7.17; IC 95% 4.43 - 11.58) e eventos adversos na infância (EAI) (OR 1.72; IC 95% 1.09 - 2.72) aumentaram as chances de ideação suicida. Conclusão: Os achados não suportam um agravamento consistente de transtornos e sintomas psiquiátricos nesta amostra durante a pandemia. A conectividade de rede aumentada sugeriu uma interação complexa entre os sintomas psiquiátricos. A identificação de fatores de risco específicos para piores resultados de saúde mental, incluindo desvantagens socioeconômicas e transtornos psiquiátricos anteriores, enfatiza a importancia do suporte e intervenções direcionadas