The localization of a mobile language learning application – Internship at ELSA Speak

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Halbleib, Mona
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.5/97336
Resumo: O presente relatório de estágio visa apresentar e contextualizar o trabalho por mim realizado no âmbito do estágio curricular na ELSA Corp., durante o segundo ano do Mestrado em Tradução na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. A empresa, originária dos Estados Unidos da América (EUA), desenvolve uma aplicação móvel para a aprendizagem do inglês para falantes não nativos e, particularmente, da pronunciação do inglês americano. O objetivo principal do estágio foi a localização desta mesma aplicação e do respetivo website da empresa da língua inglesa para a língua alemã, tendo em vista, através deste processo de localização, obter ferramentas e conhecimentos práticos da tradução técnica com forte ligação à tecnologia. O estágio foi realizado no escritório da empresa em Lisboa, associado à equipa de pesquisa, entre setembro e dezembro de 2023. O relatório está dividido em três capítulos: O primeiro capítulo presta-se a um enquadramento do estágio, com uma apresentação breve da empresa e dos seus produtos, i.e. a aplicação móvel ELSA Speak, o Speech Analyzer, e um application programming interface (API). De seguida, descreve-se a equipa e o ambiente de trabalho no qual estive inserida durante o estágio. Na descrição do fluxo de trabalho apresento o meu método e as fontes utilizadas durante o estágio. O capítulo conclui com a uma breve apresentação da plataforma Lokalise utilizada para o processo de localização, e das suas funcionalidades para os distintos intervenientes no processo. O segundo capítulo serve para um enquadramento teórico e começa com a problematização sobre a tarefa da localização, enquanto prática originária da indústria e estudada apenas posteriormente por parte da academia, apresentando ainda, portanto, discrepâncias quanto à sua definição e relação com a tradução. Assim, assume-se que o termo localização tem origem na palavra locale, que não se refere apenas à língua, mas sim a uma combinação entre língua, região e codificação de carateres. A localização tem, portanto, o objetivo de alterar um produto de maneira a que este se apresente na cultura de chegada como se, à partida, tivesse sido criado para esta mesma cultura. A localização surge no âmbito da ampliação de mercados das grandes empresas de software dos EUA para os mercados europeus durante os anos 80. Nesta altura, a tradução era percebida como um processo posterior ao desenvolvimento dos produtos digitais e os seus resultados eram apenas introduzidos a posteriori. Esta abordagem, em virtude dos vários problemas associados, levou ao desenvolvimento do processo GILT (sigla para globalização, internacionalização, localização e tradução). Neste processo algumas das dificuldades encontradas anteriormente são abordadas através da inclusão de algumas questões relevantes para a localização em fases mais precoces da expansão de mercados, desde logo na reconfiguração da empresa para que esta se apresente mais adaptada ao mercado internacional, e também na fase da internacionalização, através da eliminação de referências culturais do texto de partida, de modo a facilitar a sua localização posteriormente. Este processo levou ao desenvolvimento do modelo translation plus, que define a localização como sendo a atividade da tradução acrescida dos aspetos da adaptação, da colaboração, da multimodalidade e das características centradas no usuário. No entanto, também este modelo foi alvo de várias críticas. Conclui-se, portanto, por um lado, que existe uma grande divergência na perceção do que se entende por localização, e, por outro lado, sobre a necessidade de recorrer ao modelo do protótipo sugerido por Jiménez-Crespo (2018), que corresponde à concordância mínima dos membros da comunidade profissional e académica. Com base neste modelo, assume-se que a localização tem como características prototípicas centrais (“core prototypical features”), designadamente, (1) operar numa base digital, i.e. em produtos de software, sistemas operacionais, websites corporativos, videojogos de simulação ou em aplicações de comunicação, (2) operar em comunicação gerida digitalmente, e, finalmente, (3) os textos serem interativos e guardados em formato digital. Ainda no segundo capítulo, segue-se uma abordagem a dois dos modelos mais recentes de competências de tradução, nomeadamente, o modelo PACTE e o modelo do European Masters in Translation (EMT) Competence Framework 2022, para averiguar nos mesmos sobre a referência à localização e suas especificidades, refletindo também através daqueles sobre as competências necessárias para a atividade de localização. Esta requer, muitas vezes, que os tradutores trabalhem “às cegas”, ou seja, sem conhecerem o contexto exato em que o segmento de texto em questão se insere. Isto faz com que os tradutores na área da localização necessitem de conhecimentos especiais relativamente ao meio para o qual estão a traduzir, ao público-alvo desse mesmo meio, e às possíveis fontes de informação de contexto. Além disso, a atividade da tradução na localização está sujeita a limites de dimensão de texto bastante restritos, que requerem uma elevada capacidade de reformulação de texto por parte dos tradutores. Ao mesmo tempo, trabalhar na localização requer também um conhecimento informático suficiente para lidar com tags e control codes de modo a que, por um lado, estes não sejam traduzidos, e que, por outro lado, tenham o respetivo efeito sobre os mesmos elementos textuais na língua de chegada. Por fim, frequentemente têm de ser traduzidas variáveis sem que se saiba exatamente o que estas substituem, o que faz com que seja necessário encontrar soluções que funcionem para todos os casos. A localização requer, portanto, além das competências de tradução convencionais, a capacidade de encontrar a melhor solução de tradução dentro dos limites impostos pelo meio digital. Para concluir este segundo capítulo, é feita uma exposição sobre alguns dos fatores linguísticos que se provaram mais relevantes na tradução do inglês para o alemão no âmbito do estágio, nomeadamente a distinção binária de cortesia nos pronomes de segunda pessoa que existe no alemão, ao contrário do inglês; as diferentes regras de ortografia entre o inglês e o alemão quanto à capitalização de palavras; a dificuldade na abordagem de construções gerundiais na tradução para o alemão; o contraste no posicionamento do verbo finito entre as duas línguas; e, finalmente, as divergências e as opções de abordagem do alemão, enquanto língua inclusiva dos dois géneros. No terceiro capítulo, procede-se a uma descrição dos conteúdos localizados no âmbito do estágio e dos seus diferentes usos, bem como à descrição dos grupos-alvo a que estes se destinam. Aqui, na secção respeitante às questões de tradução, apresenta-se alguns exemplos práticos da tradução desenvolvida durante o estágio e a sua análise dividida em tópicos de pragmática, léxico e sintaxe. Na secção da pragmática, por sua vez, faço referência a questões de tradução na abordagem aos utilizadores, tanto quanto ao tratamento formal e informal, como ao tratamento inclusivo de género; à aplicação do género por referência a pessoas, o que é pouco relevante em inglês, mas muito importante em alemão; às restrições de dimensão do texto, e à minha estratégia para as solucionar, dadas as limitações das ferramentas aqui empregues; à sensibilidade quanto à utilização de letras maiúsculas, ou minúsculas, e que é muito maior no alemão do que no inglês, dadas as regras restritivas de ortografia a este respeito; e, finalmente, à adaptação de determinados formatos, como, por exemplo, a apresentação da data e da hora. Ainda neste capítulo, na secção do léxico, trata-se da terminologia, observando em particular a fonologia; dos conceitos específicos, como por exemplo a classificação de competências linguísticas conforme a IELTS; de expressões não traduzidas por várias razões; dos falsos amigos e da sua classificação entre falsos amigos por casualidade, ou por semântica; e, finalmente, da ambiguidade lexical pela qual uma palavra do inglês pode assumir várias traduções para o alemão. Para terminar este capítulo, na secção de sintaxe, aborda-se as questões de construções no infinitivo que nem sempre devem ser traduzidas para o infinitivo; as construções no gerúndio que requerem várias estratégias na sua tradução para o alemão; as ambiguidades estruturais que obrigam a um esclarecimento através do contexto; aos jogos de palavras, ou expressões idiomáticas, que representam sempre um desafio para a tradução; e, por fim, a tradução de segmentos com variáveis por recurso aos conhecimentos sobre o meio para a obtenção de esclarecimentos. Por último, faz-se um breve resumo da experiência do estágio e das dificuldades encontradas durante o processo de localização.
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O estágio foi realizado no escritório da empresa em Lisboa, associado à equipa de pesquisa, entre setembro e dezembro de 2023. O relatório está dividido em três capítulos: O primeiro capítulo presta-se a um enquadramento do estágio, com uma apresentação breve da empresa e dos seus produtos, i.e. a aplicação móvel ELSA Speak, o Speech Analyzer, e um application programming interface (API). De seguida, descreve-se a equipa e o ambiente de trabalho no qual estive inserida durante o estágio. Na descrição do fluxo de trabalho apresento o meu método e as fontes utilizadas durante o estágio. O capítulo conclui com a uma breve apresentação da plataforma Lokalise utilizada para o processo de localização, e das suas funcionalidades para os distintos intervenientes no processo. O segundo capítulo serve para um enquadramento teórico e começa com a problematização sobre a tarefa da localização, enquanto prática originária da indústria e estudada apenas posteriormente por parte da academia, apresentando ainda, portanto, discrepâncias quanto à sua definição e relação com a tradução. Assim, assume-se que o termo localização tem origem na palavra locale, que não se refere apenas à língua, mas sim a uma combinação entre língua, região e codificação de carateres. A localização tem, portanto, o objetivo de alterar um produto de maneira a que este se apresente na cultura de chegada como se, à partida, tivesse sido criado para esta mesma cultura. A localização surge no âmbito da ampliação de mercados das grandes empresas de software dos EUA para os mercados europeus durante os anos 80. Nesta altura, a tradução era percebida como um processo posterior ao desenvolvimento dos produtos digitais e os seus resultados eram apenas introduzidos a posteriori. Esta abordagem, em virtude dos vários problemas associados, levou ao desenvolvimento do processo GILT (sigla para globalização, internacionalização, localização e tradução). Neste processo algumas das dificuldades encontradas anteriormente são abordadas através da inclusão de algumas questões relevantes para a localização em fases mais precoces da expansão de mercados, desde logo na reconfiguração da empresa para que esta se apresente mais adaptada ao mercado internacional, e também na fase da internacionalização, através da eliminação de referências culturais do texto de partida, de modo a facilitar a sua localização posteriormente. Este processo levou ao desenvolvimento do modelo translation plus, que define a localização como sendo a atividade da tradução acrescida dos aspetos da adaptação, da colaboração, da multimodalidade e das características centradas no usuário. No entanto, também este modelo foi alvo de várias críticas. Conclui-se, portanto, por um lado, que existe uma grande divergência na perceção do que se entende por localização, e, por outro lado, sobre a necessidade de recorrer ao modelo do protótipo sugerido por Jiménez-Crespo (2018), que corresponde à concordância mínima dos membros da comunidade profissional e académica. Com base neste modelo, assume-se que a localização tem como características prototípicas centrais (“core prototypical features”), designadamente, (1) operar numa base digital, i.e. em produtos de software, sistemas operacionais, websites corporativos, videojogos de simulação ou em aplicações de comunicação, (2) operar em comunicação gerida digitalmente, e, finalmente, (3) os textos serem interativos e guardados em formato digital. Ainda no segundo capítulo, segue-se uma abordagem a dois dos modelos mais recentes de competências de tradução, nomeadamente, o modelo PACTE e o modelo do European Masters in Translation (EMT) Competence Framework 2022, para averiguar nos mesmos sobre a referência à localização e suas especificidades, refletindo também através daqueles sobre as competências necessárias para a atividade de localização. Esta requer, muitas vezes, que os tradutores trabalhem “às cegas”, ou seja, sem conhecerem o contexto exato em que o segmento de texto em questão se insere. Isto faz com que os tradutores na área da localização necessitem de conhecimentos especiais relativamente ao meio para o qual estão a traduzir, ao público-alvo desse mesmo meio, e às possíveis fontes de informação de contexto. Além disso, a atividade da tradução na localização está sujeita a limites de dimensão de texto bastante restritos, que requerem uma elevada capacidade de reformulação de texto por parte dos tradutores. Ao mesmo tempo, trabalhar na localização requer também um conhecimento informático suficiente para lidar com tags e control codes de modo a que, por um lado, estes não sejam traduzidos, e que, por outro lado, tenham o respetivo efeito sobre os mesmos elementos textuais na língua de chegada. Por fim, frequentemente têm de ser traduzidas variáveis sem que se saiba exatamente o que estas substituem, o que faz com que seja necessário encontrar soluções que funcionem para todos os casos. A localização requer, portanto, além das competências de tradução convencionais, a capacidade de encontrar a melhor solução de tradução dentro dos limites impostos pelo meio digital. Para concluir este segundo capítulo, é feita uma exposição sobre alguns dos fatores linguísticos que se provaram mais relevantes na tradução do inglês para o alemão no âmbito do estágio, nomeadamente a distinção binária de cortesia nos pronomes de segunda pessoa que existe no alemão, ao contrário do inglês; as diferentes regras de ortografia entre o inglês e o alemão quanto à capitalização de palavras; a dificuldade na abordagem de construções gerundiais na tradução para o alemão; o contraste no posicionamento do verbo finito entre as duas línguas; e, finalmente, as divergências e as opções de abordagem do alemão, enquanto língua inclusiva dos dois géneros. No terceiro capítulo, procede-se a uma descrição dos conteúdos localizados no âmbito do estágio e dos seus diferentes usos, bem como à descrição dos grupos-alvo a que estes se destinam. Aqui, na secção respeitante às questões de tradução, apresenta-se alguns exemplos práticos da tradução desenvolvida durante o estágio e a sua análise dividida em tópicos de pragmática, léxico e sintaxe. Na secção da pragmática, por sua vez, faço referência a questões de tradução na abordagem aos utilizadores, tanto quanto ao tratamento formal e informal, como ao tratamento inclusivo de género; à aplicação do género por referência a pessoas, o que é pouco relevante em inglês, mas muito importante em alemão; às restrições de dimensão do texto, e à minha estratégia para as solucionar, dadas as limitações das ferramentas aqui empregues; à sensibilidade quanto à utilização de letras maiúsculas, ou minúsculas, e que é muito maior no alemão do que no inglês, dadas as regras restritivas de ortografia a este respeito; e, finalmente, à adaptação de determinados formatos, como, por exemplo, a apresentação da data e da hora. Ainda neste capítulo, na secção do léxico, trata-se da terminologia, observando em particular a fonologia; dos conceitos específicos, como por exemplo a classificação de competências linguísticas conforme a IELTS; de expressões não traduzidas por várias razões; dos falsos amigos e da sua classificação entre falsos amigos por casualidade, ou por semântica; e, finalmente, da ambiguidade lexical pela qual uma palavra do inglês pode assumir várias traduções para o alemão. Para terminar este capítulo, na secção de sintaxe, aborda-se as questões de construções no infinitivo que nem sempre devem ser traduzidas para o infinitivo; as construções no gerúndio que requerem várias estratégias na sua tradução para o alemão; as ambiguidades estruturais que obrigam a um esclarecimento através do contexto; aos jogos de palavras, ou expressões idiomáticas, que representam sempre um desafio para a tradução; e, por fim, a tradução de segmentos com variáveis por recurso aos conhecimentos sobre o meio para a obtenção de esclarecimentos. Por último, faz-se um breve resumo da experiência do estágio e das dificuldades encontradas durante o processo de localização.The present report aims at presenting and placing into context the work accomplished in a curricular internship at ELSA Corp. in the second year of the Master’s program in Translation at the Faculty of Humanities of the University of Lisbon. The company develops an English learning application for non-native speakers and the main objective in the course of the internship was to localize the application and the website of the company from English into German and gain an insight into the field of localization. The report is divided into three main chapters. The first describes the environment in which the internship took place as well as the workflow and the localization platform used. The second chapter serves as a theoretical reflection on localization and its relation to translation, the contemplation of localization-specific competence within two different translation competence frameworks (i.e. PACTE and EMT 2022), and linguistic factors in the translation from English into German which became relevant in the course of the internship. The last chapter refers to practical examples of the translation realized during the internship and their scrutiny divided into matters of pragmatics, lexicon, and syntax. Finally, a set of concluding remarks sum up the experience with reflections on encountered difficulties during the internship.Pratas, Fernanda Maria CavaleiroRepositório da Universidade de LisboaHalbleib, Mona2025-01-20T11:35:35Z2024-09-022024-06-102024-09-02T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.5/97336TID:203705815enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2025-03-17T16:32:14Zoai:repositorio.ulisboa.pt:10400.5/97336Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-29T04:18:32.132036Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse
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O relatório está dividido em três capítulos: O primeiro capítulo presta-se a um enquadramento do estágio, com uma apresentação breve da empresa e dos seus produtos, i.e. a aplicação móvel ELSA Speak, o Speech Analyzer, e um application programming interface (API). De seguida, descreve-se a equipa e o ambiente de trabalho no qual estive inserida durante o estágio. Na descrição do fluxo de trabalho apresento o meu método e as fontes utilizadas durante o estágio. O capítulo conclui com a uma breve apresentação da plataforma Lokalise utilizada para o processo de localização, e das suas funcionalidades para os distintos intervenientes no processo. O segundo capítulo serve para um enquadramento teórico e começa com a problematização sobre a tarefa da localização, enquanto prática originária da indústria e estudada apenas posteriormente por parte da academia, apresentando ainda, portanto, discrepâncias quanto à sua definição e relação com a tradução. Assim, assume-se que o termo localização tem origem na palavra locale, que não se refere apenas à língua, mas sim a uma combinação entre língua, região e codificação de carateres. A localização tem, portanto, o objetivo de alterar um produto de maneira a que este se apresente na cultura de chegada como se, à partida, tivesse sido criado para esta mesma cultura. A localização surge no âmbito da ampliação de mercados das grandes empresas de software dos EUA para os mercados europeus durante os anos 80. Nesta altura, a tradução era percebida como um processo posterior ao desenvolvimento dos produtos digitais e os seus resultados eram apenas introduzidos a posteriori. Esta abordagem, em virtude dos vários problemas associados, levou ao desenvolvimento do processo GILT (sigla para globalização, internacionalização, localização e tradução). Neste processo algumas das dificuldades encontradas anteriormente são abordadas através da inclusão de algumas questões relevantes para a localização em fases mais precoces da expansão de mercados, desde logo na reconfiguração da empresa para que esta se apresente mais adaptada ao mercado internacional, e também na fase da internacionalização, através da eliminação de referências culturais do texto de partida, de modo a facilitar a sua localização posteriormente. Este processo levou ao desenvolvimento do modelo translation plus, que define a localização como sendo a atividade da tradução acrescida dos aspetos da adaptação, da colaboração, da multimodalidade e das características centradas no usuário. No entanto, também este modelo foi alvo de várias críticas. Conclui-se, portanto, por um lado, que existe uma grande divergência na perceção do que se entende por localização, e, por outro lado, sobre a necessidade de recorrer ao modelo do protótipo sugerido por Jiménez-Crespo (2018), que corresponde à concordância mínima dos membros da comunidade profissional e académica. Com base neste modelo, assume-se que a localização tem como características prototípicas centrais (“core prototypical features”), designadamente, (1) operar numa base digital, i.e. em produtos de software, sistemas operacionais, websites corporativos, videojogos de simulação ou em aplicações de comunicação, (2) operar em comunicação gerida digitalmente, e, finalmente, (3) os textos serem interativos e guardados em formato digital. Ainda no segundo capítulo, segue-se uma abordagem a dois dos modelos mais recentes de competências de tradução, nomeadamente, o modelo PACTE e o modelo do European Masters in Translation (EMT) Competence Framework 2022, para averiguar nos mesmos sobre a referência à localização e suas especificidades, refletindo também através daqueles sobre as competências necessárias para a atividade de localização. Esta requer, muitas vezes, que os tradutores trabalhem “às cegas”, ou seja, sem conhecerem o contexto exato em que o segmento de texto em questão se insere. Isto faz com que os tradutores na área da localização necessitem de conhecimentos especiais relativamente ao meio para o qual estão a traduzir, ao público-alvo desse mesmo meio, e às possíveis fontes de informação de contexto. Além disso, a atividade da tradução na localização está sujeita a limites de dimensão de texto bastante restritos, que requerem uma elevada capacidade de reformulação de texto por parte dos tradutores. Ao mesmo tempo, trabalhar na localização requer também um conhecimento informático suficiente para lidar com tags e control codes de modo a que, por um lado, estes não sejam traduzidos, e que, por outro lado, tenham o respetivo efeito sobre os mesmos elementos textuais na língua de chegada. Por fim, frequentemente têm de ser traduzidas variáveis sem que se saiba exatamente o que estas substituem, o que faz com que seja necessário encontrar soluções que funcionem para todos os casos. A localização requer, portanto, além das competências de tradução convencionais, a capacidade de encontrar a melhor solução de tradução dentro dos limites impostos pelo meio digital. Para concluir este segundo capítulo, é feita uma exposição sobre alguns dos fatores linguísticos que se provaram mais relevantes na tradução do inglês para o alemão no âmbito do estágio, nomeadamente a distinção binária de cortesia nos pronomes de segunda pessoa que existe no alemão, ao contrário do inglês; as diferentes regras de ortografia entre o inglês e o alemão quanto à capitalização de palavras; a dificuldade na abordagem de construções gerundiais na tradução para o alemão; o contraste no posicionamento do verbo finito entre as duas línguas; e, finalmente, as divergências e as opções de abordagem do alemão, enquanto língua inclusiva dos dois géneros. No terceiro capítulo, procede-se a uma descrição dos conteúdos localizados no âmbito do estágio e dos seus diferentes usos, bem como à descrição dos grupos-alvo a que estes se destinam. Aqui, na secção respeitante às questões de tradução, apresenta-se alguns exemplos práticos da tradução desenvolvida durante o estágio e a sua análise dividida em tópicos de pragmática, léxico e sintaxe. Na secção da pragmática, por sua vez, faço referência a questões de tradução na abordagem aos utilizadores, tanto quanto ao tratamento formal e informal, como ao tratamento inclusivo de género; à aplicação do género por referência a pessoas, o que é pouco relevante em inglês, mas muito importante em alemão; às restrições de dimensão do texto, e à minha estratégia para as solucionar, dadas as limitações das ferramentas aqui empregues; à sensibilidade quanto à utilização de letras maiúsculas, ou minúsculas, e que é muito maior no alemão do que no inglês, dadas as regras restritivas de ortografia a este respeito; e, finalmente, à adaptação de determinados formatos, como, por exemplo, a apresentação da data e da hora. Ainda neste capítulo, na secção do léxico, trata-se da terminologia, observando em particular a fonologia; dos conceitos específicos, como por exemplo a classificação de competências linguísticas conforme a IELTS; de expressões não traduzidas por várias razões; dos falsos amigos e da sua classificação entre falsos amigos por casualidade, ou por semântica; e, finalmente, da ambiguidade lexical pela qual uma palavra do inglês pode assumir várias traduções para o alemão. Para terminar este capítulo, na secção de sintaxe, aborda-se as questões de construções no infinitivo que nem sempre devem ser traduzidas para o infinitivo; as construções no gerúndio que requerem várias estratégias na sua tradução para o alemão; as ambiguidades estruturais que obrigam a um esclarecimento através do contexto; aos jogos de palavras, ou expressões idiomáticas, que representam sempre um desafio para a tradução; e, por fim, a tradução de segmentos com variáveis por recurso aos conhecimentos sobre o meio para a obtenção de esclarecimentos. Por último, faz-se um breve resumo da experiência do estágio e das dificuldades encontradas durante o processo de localização.
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