Metodologias simplificadas para avaliação da ingestão voluntária em peixes salmonídeos

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Main Author: Queiroz, Luciana Catarina de Jesus
Publication Date: 2022
Format: Master thesis
Language: por
Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Download full: http://hdl.handle.net/10348/11178
Summary: O crescimento futuro da indústria aquícola depende da utilização de fontes de proteína e de gordura alternativas e mais sustentáveis como ingredientes para dietas formuladas para peixes, reduzindo a pressão dos ingredientes marinhos limitantes, como os óleos e as farinhas de peixe. Num cenário de níveis baixos de incorporação da farinha de peixe, os hidrolisados de proteínas marinhas ou outros fagoestimulantes revelam potencial para a melhoria da palatabilidade e consumo de alimento, o que pode resultar num melhor desempenho do crescimento e estado geral dos peixes. A regulação da ingestão voluntária de alimento em peixes é um tema atual sendo que os mecanismos que controlam o apetite e a saciedade são altamente complexos, multifatoriais e ainda não bem compreendidos. Assim, uma estimativa confiável do consumo de alimento é um critério muito relevante em ictíonutrição. O objetivo deste estudo foi definir, afinar e validar um protocolo experimental para determinar a ingestão voluntária de alimento em peixes salmonídeos, em particular, o salmão do Atlântico (Salmo salar) e a truta Arco-íris (Oncorhynchus mykiss), utilizando o sistema automático de recolha de fezes de Choubert. No ensaio de juvenis de salmão do Atlântico foram testadas 3 dietas. Uma dieta de controlo positivo (dieta PC) baseada numa formulação comercial e uma dieta de controlo negativo (dieta NC) cuja formulação assentou na redução do teor em farinha de peixe e substituição de outros ingredientes proteicos de origem marinha para diminuir a sua palatabilidade. O desempenho das 2 dietas de controlo foi comparado com uma dieta experimental (dieta CAL) cuja formulação assentou no enriquecimento (7,5 %) da fórmula da dieta NC com um concentrado proteico de copépodes marinhos do género Calanus. Cada dieta foi testada em quadruplicado, em 6 grupos homogéneos de 20 salmões (peso médio de 23 gramas), durante 15 dias. No final do ensaio, não foram observadas diferenças significativas ao nível da ingestão voluntária (P>0,05) entre os vários tratamentos. No caso dos juvenis de truta Arco-íris, o procedimento experimental foi idêntico, projetado com 6 grupos homogéneos de 10 trutas (peso médio de 148 gramas). As dietas de controlo foram comparadas com 3 dietas experimentais com aditivos fagoestimulantes (0,1% - dieta P8 e 1,5% - dieta P9) sendo que na dieta P10 foi utilizado um aditivo inibidor do apetite para validação dos resultados. No final do ensaio foram observadas diferenças significativas entre os tratamentos. As dietas NC e P10 registaram valores de ingestão significativamente inferiores (P0,05). Estes resultados permitiram a definição do protocolo experimental e a sua respetiva validação para peixes salmonídeos. Apesar da necessidade de estudos complementares nesta área, esta metodologia constitui uma ferramenta experimental relativamente simplificada e fiável que permite avaliar a utilização e a eficácia do uso de fagoestimulantes e novas fontes proteicas como veículos da maximização da ingestão voluntaria de alimentos em salmonídeos.
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Assim, uma estimativa confiável do consumo de alimento é um critério muito relevante em ictíonutrição. O objetivo deste estudo foi definir, afinar e validar um protocolo experimental para determinar a ingestão voluntária de alimento em peixes salmonídeos, em particular, o salmão do Atlântico (Salmo salar) e a truta Arco-íris (Oncorhynchus mykiss), utilizando o sistema automático de recolha de fezes de Choubert. No ensaio de juvenis de salmão do Atlântico foram testadas 3 dietas. Uma dieta de controlo positivo (dieta PC) baseada numa formulação comercial e uma dieta de controlo negativo (dieta NC) cuja formulação assentou na redução do teor em farinha de peixe e substituição de outros ingredientes proteicos de origem marinha para diminuir a sua palatabilidade. O desempenho das 2 dietas de controlo foi comparado com uma dieta experimental (dieta CAL) cuja formulação assentou no enriquecimento (7,5 %) da fórmula da dieta NC com um concentrado proteico de copépodes marinhos do género Calanus. Cada dieta foi testada em quadruplicado, em 6 grupos homogéneos de 20 salmões (peso médio de 23 gramas), durante 15 dias. No final do ensaio, não foram observadas diferenças significativas ao nível da ingestão voluntária (P>0,05) entre os vários tratamentos. No caso dos juvenis de truta Arco-íris, o procedimento experimental foi idêntico, projetado com 6 grupos homogéneos de 10 trutas (peso médio de 148 gramas). As dietas de controlo foram comparadas com 3 dietas experimentais com aditivos fagoestimulantes (0,1% - dieta P8 e 1,5% - dieta P9) sendo que na dieta P10 foi utilizado um aditivo inibidor do apetite para validação dos resultados. No final do ensaio foram observadas diferenças significativas entre os tratamentos. As dietas NC e P10 registaram valores de ingestão significativamente inferiores (P0,05). Estes resultados permitiram a definição do protocolo experimental e a sua respetiva validação para peixes salmonídeos. Apesar da necessidade de estudos complementares nesta área, esta metodologia constitui uma ferramenta experimental relativamente simplificada e fiável que permite avaliar a utilização e a eficácia do uso de fagoestimulantes e novas fontes proteicas como veículos da maximização da ingestão voluntaria de alimentos em salmonídeos.The future growth of the aquaculture industry depends on using alternative and more sustainable sources of protein and fat as ingredients for formulated fish feeds, reducing the pressure on limited marine ingredients, such as fish oils and fishmeal. In a scenario of low levels of fishmeal incorporation, marine protein hydrolysates or other phagostimulants show potential for improving palatability and food consumption, which can result in a better growth performance and fish general state. The regulation of voluntary food intake in fish is a current issue and the mechanisms that control appetite and satiation are highly complex, multifactorial and still not well understood. Hence, a reliable estimate of food intake is a very relevant criterion in ichthyonutrition. The aim of this study was to define, rectify and validate an experimental protocol to determine voluntary food intake in salmonid fish, in particular Atlantic salmon (Salmo salar) and Rainbow trout (Oncorhynchus mykiss), using an automatic fecal collection system of Choubert. In the juvenile Atlantic salmon trial, 3 diets were tested. A positive control diet (PC diet) based on a commercial formulation and a negative control diet (NC diet) whose formulation was based on the reduction of fishmeal content and replacement of other protein ingredients of marine origin to decrease its palatability. The performance of the 2 control diets was compared with an experimental diet (CAL diet) whose formulation was based on the enrichment (7,5%) of the NC diet formula with a protein concentrate of marine copepods from the genus Calanus. Each diet was tested in triplicate, in 6 homogeneous groups of 20 salmon (average weight of 23 grams), for 15 days. At the end of the trial, no significant differences were observed in terms of voluntary intake (P>0,05) between the various treatments. In the juvenile Rainbow trout case, the experimental procedure was identical, designed with 6 homogeneous groups of 10 trout (average weight of 148 grams). The control diets were compared with 3 experimental diets with phagostimulant additives (0,1% - diet P8 and 1,5% - diet P9) whereas on the P10 diet was used an appetite suppressant additive to validate the results. At the end of the trial, significant differences between treatments were observed. Diets NC and P10 had significantly lower intake values (P0,05). These results allowed the definition of the experimental protocol and its respective validation for salmonid fish. Despite the need for further studies in this field, this methodology is a relatively simple and reliable for an experimental tool that allows the evaluation of the utilization and efficacy of phagostimulants and new protein sources as vehicles for maximizing voluntary food intake in salmonids.2022-04-28T14:04:34Z2022-02-01T00:00:00Z2022-02-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/11178TID:202980952porQueiroz, Luciana Catarina de Jesusinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)instname:FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiainstacron:RCAAP2025-04-13T02:06:09Zoai:repositorio.utad.pt:10348/11178Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireinfo@rcaap.ptopendoar:https://opendoar.ac.uk/repository/71602025-05-28T12:38:38.253428Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP) - FCCN, serviços digitais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologiafalse
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