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Retenções quinhentistas no crioulo indo-português de Diu

Bibliographic Details
Main Author: Cardoso, Hugo C.
Publication Date: 2010
Language: por
Source: Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal (RCAAP)
Download full: http://hdl.handle.net/10451/24964
Summary: O crioulo indo-português de Diu teve a sua génese na primeira metade do séc. XVI, quando se efectivou a ocupação portuguesa da ilha. Do fundo linguístico a partir do qual se desenvolveu participaram o português (seu principal lexificador) - tanto o português metropolitano como variantes reestruturadas -, o guzerate e outras línguas sul-asiáticas e europeias. A descolonização, em dezembro de 1961, encerrou um período colonial de mais de quatro séculos durante o qual a língua portuguesa não deixou de estar activa em Diu (fosse no âmbito educativo, administrativo ou religioso). Assim, e dado o prestígio de que o português gozava entre a comunidade crioulófona, não surpreenderá que, em alguns domínios, o crioulo indo-português de Diu tenha acompanhado processos diacrónicos que alteraram o próprio português desde o séc. XVI. A continuada influência do português sobre o crioulo indo-português de Diu fica bem patente no seguinte comentário, escrito por um Diuense no início do séc. XX: “De resto, em rigor, é agora difficil, se não impossivel, marcar a linha verdadeira a que se circumscrevia o antigo dialecto de Diu, vulgarmente conhecido por lingua norteira, tanto devido á escassez de material recolhido e classificado, como pelo progressivo aportuguezamento a que o mesmo dialecto se foi subordinando n'estes ultimos 20 annos. [...] e, em consequencia, o sucessivo desuso das formas glottologicas que eram a sua caracteristica” (Quadros 1907:193) Neste contexto, torna-se relevante o facto de o crioulo de Diu actual exibir vários traços linguísticos exclusivos do português quinhentista. Aqui, analisaremos alguns, dos domínios do léxico e da fonologia/fonética, e discutiremos as suas implicações teóricas e para a reconstituição da diacronia do português.
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