Estudo de associação entre aliança terapêutica e sintomas ansiosos, depressivos e de irritabilidade através de tele-psicoterapias no contexto da pandemia de covid-19.

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: Lucas, Luiza Silveira
• Orientador(a): Shansis, Flávio Milman
• Banca de defesa: Eizirik, Cláudio Laks, Heidrich, Daiane, Silva, Guilherme Liberato da
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Programa de Pós-Graduação: PPGCM;Ciências Médicas
• Palavras-chave em Português: Aliança terapêutica; Ansiedade; Depressão; Ensaio clínico randomizado; Pesquisa em psicoterapia; Psicoterapia; Tratamento via Internet; Anxiety; Depression; Internet-based treatment; Psychotherapy; Psychotherapy research; Randomized clinical trial; Therapeutic Alliance
• Área do conhecimento CNPq: CS
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/10737/3879

As tele-psicoterapias por videoconferência, como a tele-psicoterapia cognitivo-comportamental (tele-TCC) e a tele-psicoterapia interpessoal (tele-TIP), estão sendo cada vez mais utilizadas para tratar pessoas com ansiedade, depressão e irritabilidade. Embora a eficácia desses tratamentos tenha evidências que estão progressivamente sendo demonstradas, outros fatores associados aos seus resultados ainda precisam ser melhor explorados. A aliança terapêutica (AT) refere-se aos aspectos colaborativos da relação terapeuta-paciente e é um importante fator associado aos resultados em psicoterapias presenciais; até o momento, contudo, existem poucos estudos abordando especificamente a AT em tele-psicoterapia. Os objetivos deste estudo são entender: (a) Quão forte é a TA em tele-TCC e tele-TIP; (b) Se existe alguma diferença nos níveis de AT entre tele-TCC e tele-TIP e (c) Se existe uma correlação entre AT e resultados clínicos de tele-TCC e tele-TIP. No presente estudo, foi realizada uma análise secundária por protocolo a partir de um ensaio clínico randomizado (ECR), realizado pelo nosso grupo, formado por dois braços paralelos comparando tele-TCC e tele-TIP. As principais medidas de desfecho foram o PHQ-9 para sintomas depressivos, GAD-7 para sintomas de ansiedade e ARI para irritabilidade. Os níveis de AT foram medidos utilizando o Working Alliance Inventory - versão curta para pacientes (WAI-s). A correlação dos resultados com a AT foi analisada através do coeficiente de correlação de Pearson. Sessenta e nove indivíduos (tele-TCC n=30; tele-TIP n=39) foram incluídos. A pontuação total do WAI-s na amostra de tele-TCC foi de 74,5 (± 8,3) e na amostra de tele-TIP foi de 76,3 (± 7,4); portanto, ao se comparar os níveis de TA entre tele-TCC e tele-TIP, não houve diferença estatisticamente significativa (p=0.852). Foi encontrada uma correlação significativa entre os níveis de AT e a redução da ansiedade na amostra completa (p=0.032) . Por outro lado, não foi encontrada correlação entre os níveis de AT e níveis de ansiedade quando as amostras foram analisadas separadamente (t-CBT p=0.311; t-IPT p-0.063), assim como não houve correlação entre os níveis de AT e níveis de depressão ou irritabilidade (p>0.05). O presente estudo conclui que níveis elevados de TA são formados entre paciente e terapeuta tanto no t-CBT quanto no t-IPT, sem diferença estatisticamente significativa entre estas duas modalidades de tele-psicoterapia. Ainda, os resultados deste estudo demonstram que a AT esteve associada à redução nos níveis de ansiedade, mas não houve associação entre os níveis de AT e os desfechos depressão ou irritabilidade.