Impactos sociais e ambientais produzidos pelo ciclo das fazendas no percurso do Rio Taquari/Rio Grande do Sul (1770-1850): uma abordagem arqueológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Lopes, Sérgio Nunes lattes
Orientador(a): Machado, Neli Teresinha Galarce lattes
Banca de defesa: Symanski, Luís Cláudio Pereira, Fehr, Lucas, Périco, Eduardo
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PPGAD;Ambiente e Desenvolvimento
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
CB
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10737/3136
Resumo: Uma abordagem teórico-metodológica transversal e inovadora dá suporte à tese apresentada que investiga os impactos sociais e ambientais gerados pelas fazendas estabelecidas no percurso do Rio Taquari no estado do Rio Grande do Sul. As ruínas das fazendas investigadas encontram-se, contemporaneamente a este estudo, circunscritas aos territórios dos municípios Sul-rio-grandenses de Bom Retiro do Sul e Fazenda Vilanova. Cronologicamente o estudo abrange os anos finais do século XVIII alcançando meados do século XIX. O recorte temporal, decorre das escolhas teóricas e metodológicas. Ao caracterizar as fazendas e inferir as agências humanas e não humanas na configuração dos seus espaços ao longo tempo optou- se pela abordagem arqueológica às ruínas e seus entornos. As reflexões acerca da sintaxe dos elementos no espaço, pelo viés das múltiplas entidades que nele se entrelaçam, são tecidas a partir das prerrogativas teóricas da História Ambiental e da Arqueologia Histórica. Estando o programa de pós-graduação, em cujo âmbito a pesquisa foi concebida inserido na Área de Ciências Ambientais, ainda que a redação do presente trabalho conclusivo chegue a termo pela lavra de um historiador iniciado em Arqueologia Histórica, a perspectiva é interdisciplinar. As dinâmicas das relações dos homens no e com o meio mediada pelos objetos fazem emergir um sem número de documentos e testemunhos. Desse prisma a Cultura Material evidenciada nas escavações e prospecções arqueológicas soma-se aos documentos seriados dos arquivos ampliando o entendimento das alterações significativas na fisionomia das paisagens que se traduzem em local, território e lugar, categorias conceituais que permitem verticalizar as análises. A partir do estudo empreendido ficou evidente que as fazendas do percurso do Rio Taquari, Rio Grande do Sul, foram unidades extrativistas. A supressão das densas matas de pinheiro alterou substancialmente a paisagem florestal. A utilização da mão de obra escravizada conecta a região com o modus operandi da exploração ambiental, social e econômica de outras regiões do Brasil no final do período colonial e ao longo do século XIX. Tendo em conta a concepção das fazendas trabalhadas empreende-se esforços no sentido de concebê-las para além de unidades produtivas demandantes de recursos naturais. Ao reconhecer as florestas, os rios e os demais elementos do espaço como ativos na relação com os grupos humanos, contempla-se a indissociabilidade dos aspectos sociais e ambientais como forma de melhor entender os contextos.