Arqueologia de uma cidade portuária: Cananéia, séculos XIX-XX

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Camargo, Paulo Fernando Bava de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/71/71131/tde-24072009-145945/
Resumo: Esta tese de doutorado tem como objetivo mapear e cadastrar as estruturas portuárias do vale do Ribeira (SP) especialmente aquelas situadas no município de Cananéia que forneçam informações sobre o período de 1850-1950, época em que teria se estabelecido um modo capitalista de produção na região alicerçado na lavoura comercial do arroz. Essa abordagem se justifica pela necessidade de se avaliar as contradições existentes entre o discurso e a sociedade concreta. Hoje a região é conhecida por suas belezas naturais, patrimônio histórico mas, paradoxalmente, é a mais pobre do estado de São Paulo. No entanto, as estruturas portuárias, desde o século XIX até hoje apresentam grande dinâmica construtiva. Como explicar esse conflito? Observando os contextos através de uma Arqueologia Marítima embasada no materialismo histórico. Esses contextos foram delimitados através do mapeamento, cadastramento e prospecção extensiva de estruturas, bens e locais relativos à evolução de embarcações, dos portos e da dinâmica comercial expressa no ambiente urbano. O resultado desse trabalho foi o entendimento de que duas modificações causaram grandes transformações na dinâmica produtiva de todo o vale do Ribeira. A primeira delas foi a transição da lavoura comercial para pesca e para o turismo. A segunda foi a inversão do sentido do fluxo das mercadorias gerado pela substituição do transporte marítimo, em primeiro lugar, pelo conjunto navegação fluvial/ ferrovia, depois pelo transporte rodoviário. Esse processo colocou os lucros nas mãos de novos agentes econômicos, mas manteve a produção do discurso como primazia dos antigos donos do poder.