Interpretações paleoambientais com base em padrões anatômicos de lenhos fósseis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Benício, José Rafael Wanderley lattes
Orientador(a): Jasper, André lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PPGAD;Ambiente e Desenvolvimento
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
CB
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10737/2515
Resumo: Nas Ciências Ambientais, a construção do conhecimento ambiental deve integrar diferentes áreas, entre elas a adequada compreensão das características dos ecossistemas pretéritos. Estudos que analisem as características básicas da evolução do Sistema Terra ao longo do tempo, contribuem de forma significativa para entendimento das dinâmicas atuais. Tendo em vista que as plantas são excelentes marcadores ecológicos, a paleobotânica tem muito a contribuir nesse sentido, e os dados produzidos são fundamentais para um enfoque conceitual ampliado da área. Dentre as diferentes avaliações possíveis, o estudo das características de lenhos, constitui-se em excelente ferramenta para a inferência de variáveis paleoambientais predominantes quando do crescimento da planta. Neste contexto, o presente estudo investigou as características anatômicas de lenhos preservados por permineralização ou carbonização provenientes do Permiano das bacias do Parnaíba e do Paraná, além de um lenho permineralizado do Plioceno-Pleistoceno do Rio Grande do Sul com a finalidade de construir inferências paleoambientais para os sistemas deposicionais em que se formaram. O material proveniente da Formação Touro Passo, foi associado a Subfamília Mimosoideae (Fabaceae), e nomeado como Itaquixylon heterogenum. Já o material proveniente do Permiano da Bacia do Paranaíba, tem afinidades gimnospérmicas, e permitiu confirmar a predominância de um clima semi-árido para a área de estudo. Por fim, o material proveniente do Permiano da Bacia do Paraná, se constituem de fragmentos de macro-charcoal investigados para o afloramento Porongos, e fornecem a primeira evidência da ocorrência de recorrentes paleoincêndios vegetacionais durante os depósitos da camada de carvão Barro Branco. Já os fragmentos carbonizados coletados no afloramento Barrocada, fornecem a primeira evidência de paleoincêndios vegetacionais para o Grupo Itararé. A integração dos dados advindos das diferentes áreas e idades, permitiu estabelecer que o estudo da anatomia de lenhos fósseis, independente da sua forma de preservação, é uma ferramenta imprescindível para a definição das características dos sistemas em que foram depositados e, portanto, sempre que possível devem ser considerados em estudos voltados à compreensão da evolução do Sistema Terra ao longo do tempo. Além disso, independentemente da idade e origem dos registros, reforça-se a necessidade de utilização de dados advindos da paleobotânica para a compreensão dos processos envolvidos nas dinâmicas dos ambientes atuais.