Investigação da tolerância de Borreria latifolia (Aubl) e Richardia brasiliensis (Gomes) a Glyphosate e competitividade com a cultura da soja

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Diesel, Francielli lattes
Orientador(a): Trezzi, Michelangelo Muzell lattes
Banca de defesa: Balbinot Junior, Alvadi Antonio, Trezzi, Michelangelo Muzell, Finatto, Taciane, Possenti, Jean Carlo
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pato Branco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agronomia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/2247
Resumo: Espécies de plantas daninhas tolerantes aos herbicidas estão amplamente disseminadas em todas as regiões brasileiras. O objetivo desta pesquisa foi ampliar as informações sobre espécies/biótipos da família Rubiaceae que permitam um melhor entendimento da variação da sua tolerância ao herbicida glyphosate, dos mecanismos fisiológicos e genéticos associados à tolerância e das perdas por competição das mesmas com a cultura da soja. Populações das espécies rubiáceas Borreria latifolia e Richardia brasiliensis foram coletadas no estado do Paraná e Norte de Santa Catarina. O primeiro estudo, que avaliou a resposta a doses de glyphosate nestas espécies/populações, foi conduzido em delineamento inteiramente casualizado (DIC), em esquema bifatorial, sendo o primeiro fator as populações de cada espécie (B. latifolia e R. brasiliensis), e o segundo níveis de glyphosate (0, 74, 163, 360, 792 e 1742 g ha-1 de e.a.). Foram avaliados o controle visual aos 14 e 28 dias após aplicação (DAA), massa da parte aérea verde (MPAV) e seca (MPAS) aos 28 DAA. A investigação da absorção e translocação com glyphosate marcado radioativamente (14C) foi conduzida em DIC, com três repetições, em esquema bifatorial, sendo o primeiro fator espécies/biótipos com resposta contrastante ao glyphosate e o segundo fator sete períodos de avaliação (2, 8, 24, 48 e 72 horas após aplicação com o herbicida (HAA)). Dois estudos foram realizados em casa-de-vegetação, em DIC para quantificar ceras epicuticulares presentes na superfície das folhas das espécies rubiáceas. O primeiro foi arranjado em esquema fatorial 6 x 2, com seis biótipos, três de B. latifolia e três de R. brasiliensis (sensível, média tolerância e alta tolerância para cada espécie) submetidos aos regimes próximo a capacidade de campo do solo (CC) e próximo ao ponto de murcha permanente (PMP). Posteriormente, foi procedida a extração das ceras epicuticulares com solventes e sua quantificação por pesagem. O segundo estudo foi arranjado em fatorial 2 x 3 x 5, sendo o primeiro fator as condições hídricas do solo (CC e PMP), o segundo fator três biótipos com respostas contrastantes ao glyphosate e o terceiro fator doses do herbicida glyphosate 0,72, 163, 360 e 792 g e.a. ha-1. Foram determinados os níveis de controle das plantas aos 14 e 28 DAA, MPAV e MPAS aos 28 DAA. Um estudo determinou a variabilidade genética existente entre indivíduos e populações de espécies B. latifolia e R. brasiliensis com respostas distintas ao herbicida glyphosate (sensível e com maior tolerância) através da técnica RAPD. Dois estudos conduzidos em delineamento blocos ao acaso com quatro repetições, em esquema bifatorial para determinar a capacidade competitiva de espécies rubiáceas com a cultura da soja. O primeiro fator foi constituído pelas espécies B. latifolia e R. brasiliensis e o segundo pelas densidades 0, 2, 4, 6, 8, 10 e 12 plantas m-2. Foram avaliadas a altura de planta, área foliar e clorofila total nos estádios V6 e R5 da cultura, número de vagens por planta, número de grãos por vagem, massa de 1000 grãos e perda de rendimento de grãos. Houve variabilidade de resposta ao herbicida glyphosate entre os biótipos das espécies B. latifolia e R. brasiliensis coletados em diferentes locais do Paraná e Santa Catarina. A maior parte do herbicida absorvido ficou depositada na folha tratada, com maior translocação no biótipo sensível apenas nas avaliações efetuadas 48 e 72 HAA. A produção de ceras epicuticulares foi incrementada pelo déficit hídrico, com maior ênfase nos biótipos mais tolerantes ao glyphosate para ambas as espécies. Os marcadores RAPD foram satisfatórios na detecção de polimorfismo entre os indivíduos pertencentes a biótipos de B. latifolia e R. brasiliensis com respostas contrastantes ao herbicida glyphosate. A espécie B. latifolia foi mais competitiva com a cultura da soja, comparativamente à R. brasiliensis, provocando maiores perdas em todas as variáveis analisadas.