Observação e modelagem estatística das concentrações de material particulado em paradas de ônibus urbanos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Camargo, David Andrés Monroy lattes
Orientador(a): Targino, Admir Créso de Lima lattes
Banca de defesa: Targino, Admir Créso de Lima lattes, Dias, Helry Luvillany Fontenele lattes, Krecl, Patricia Krecl lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Londrina
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/24711
Resumo: Diariamente, as pessoas estão expostas a poluentes oriundos das emissões veiculares, especialmente em microambientes de transporte como paradas de ônibus e terminais. No entanto, a maior parte dos estudos desenvolvidos em meios de transporte não avaliam as concentrações dos poluentes nesses microambientes. Através de duas campanhas de monitoramento, realizadas em 2015 e 2019, foi avaliado o comportamento das concentrações de material particulado fino (com diâmetro aerodinâmico menor que 2,5 µm, MP2,5), black carbon (BC) e número de partículas (NP) em paradas de ônibus localizadas no centro de Londrina (PR). O experimento de 2015 foi realizado com equipamentos montados em bicicletas que percorreram as ruas centrais da cidade, avaliando um total de 31 paradas de ônibus. O experimento de 2019 coletou dados de BC e NP de forma estática em cinco paradas de ônibus, três escolhidas do experimento de 2015 mais duas novas. No monitoramento móvel, as concentrações médias (+/- desvio padrão) de MP2,5, BC e NP foram de 11,00 ±19,30 µg m-3 , 7,60 ±14,90 µg m-3 e 27.552 ±22.570 # cm-3 , respectivamente. No monitoramento fixo, as concentrações médias de BC e NP foram de 9,17 ±27,50 µg m-3 e 34.980 ±33.508 # cm-3 , respectivamente. As concentrações de MP2,5, BC e NP nas paradas foram em média 0,30-2,90, 1,58- 19,62 e 1,50-6,69 vezes maiores do que em um ponto de medição de fundo urbano. Em quatro paradas do monitoramento de 2019 foram avaliadas três zonas: desaceleração (localizada 10 m antes da parada), parada de ônibus e aceleração (localizada 10 m depois da parada). A análise das séries temporais permitiu associar aumentos entre 2,39-12,05 µg m-3 e 11.380-23.220 # cm-3 de BC e NP, respectivamente, nas paradas de ônibus durante duas situações: quando os passageiros estavam embarcando e quando os ônibus aceleravam após o embarque dos passageiros. As concentrações médias de BC na zona de aceleração e parada foram 17% maiores do que na zona de desaceleração, enquanto as concentrações médias de NP na zona de aceleração foram 11% maiores do que na zona da parada. Deste modo, não é aconselhável situar várias paradas de ônibus consecutivas, já que a parada localizada imediatamente depois da primeira parada, será principalmente afetada pelas emissões dos ônibus que estão acelerando. Desenvolveram-se dois modelos para previsão das concentrações de MP2.5 e BC usando regressão linear múltipla, relacionando parâmetros de trânsito, meteorológicas, de concentração de fundo urbano, características da rua e da parada de ônibus. Os modelos de MP2,5 e BC tiveram R2 de 0,36 ±0,09 e 0,28 ±0,08, respectivamente, e identificaram as seguintes variáveis como melhores preditoras: pressão atmosférica, a concentração de BC com comprimento de onda de 880 nm na estação de fundo e a relação entre a altura das edificações e largura da rua. Do mesmo modo, o modelo de BC identificou o fluxo de caminhões como variável preditora. Finalmente, o modelo de MP2,5 também identificou que a direção do setor sul (S, SE e SO) favoreceu o aumento das concentrações de MP2,5 nas paradas de ônibus, possivelmente pelo fluxo veicular nas avenidas desses setores.