Caracterização e análise de tendências a longo prazo de poluentes atmosféricos na região metropolitana de Curitiba, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Olivares, Lizeth Bibiana Castro lattes
Orientador(a): Krecl, Patricia lattes
Banca de defesa: Krecl, Patricia lattes, Targino, Admir Créso de Lima lattes, Betancourt, Ricardo Morales lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Londrina
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/24888
Resumo: Este trabalho foca na caracterização e variabilidade espaço temporal da qualidade do ar na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), e sua evolução ao longo do tempo. Foram estudados vários poluentes (SO2, NO2, NOx, O3, CO e MP10), medidos em oito estações de monitoramento no período 20032017. A análise foi realizada através de descrição estatística das concentrações, variabilidade sazonal, ciclos diurnos, identificação de possíveis fontes de emissão com o método CBPF (do inglês conditional bivariate probability function), cálculo da tendência com o estimador não paramétrico de TheilSen e comparação com os padrões nacionais de qualidade do ar. Além disso, as tendências foram analisadas com relação à implementação de programas ou regulamentações para melhorar a qualidade do ar na RMC. As estações fortemente impactadas por emissões industriais (CSN e RPR1) apresentaram as maiores concentrações médias anuais de SO2 (2820 μg/m3) e MP10 (3234 μg/m3). No entanto, as estações altamente impactadas pelo trânsito rodoviário (PAR e UEG) mostraram altas concentrações médias anuais de NO2 (3139 μg/m3), NOx (6386 μg/m3) e CO (0,80,6 mg/m3). As duas estações localizadas em áreas residenciais (BOQ e STC) tiveram as maiores concentrações médias anuais de O3 (3032 μg/m3). Inverno e verão foram as estações com maiores e menores concentrações dos poluentes, respectivamente, com exceção do O3 que apresentou o máximo na primavera. O SO2 não mostrou um padrão claro de variabilidade sazonal nem horária. Os ciclos diurnos de NO2, NOx e CO foram associados ao padrão de tráfego veicular, com picos na manhã (0810h) e na noite (1920h), principalmente nos dias de semana. O MP10 apresentou as concentrações máximas ao meio dia (1112h) e noite (2223h). O O3 atingiu o máximo à tarde (1415h) associado à radiação solar e a atividade química dos seus precursores, e um máximo secundário durante a madrugada (0205h), provavelmente devido ao transporte regional de O3 e/ou seus precursores. Além disso, as concentrações de O3 foram maiores no fim de semana em relação aos dias de semana, devido à diminuição das concentrações dos precursores. Ao longo do tempo, foi observada uma diminuição estatisticamente significativa das concentrações de SO2, NO2, NOx, CO e MP10 na maioria das estações de monitoramento com uma queda anual de 6,5, 4,0, 4,2, 7,7 e 5,5%, respectivamente. Isso significa que os programas de redução e controle de emissões atmosféricas tiveram sucesso na diminuição das concentrações dos poluentes na RMC. No entanto, o O3 apresentou aumento significativo (+5,8%/ano) em algumas estações, associado possivelmente à diminuição das concentrações de NOx, ao acréscimo das emissões de COVs pelo maior consumo de biocombustíveis pelos veículos, e ao aumento do transporte regional de O3. A frequência de ultrapassagens dos padrões nacionais de qualidade do ar diminuiu ao longo do tempo, porém, todos os poluentes (com exceção do CO) ainda registraram concentrações acima dos valores recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).