Um país em devir-Angola e seus narradores: a criança e o animal em Bom Dia Camaradas, de Ondjaki, e o Vendedor de Passados, de José Eduardo Agualusa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Azevedo, Vitória Albino Mendonça Bernardes de lattes
Orientador(a): Nascimento, Naira de Almeida lattes
Banca de defesa: Cantarin, Márcio Matiassi lattes, Nascimento, Naira de Almeida lattes, Paradiso, Silvio Ruiz lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/29180
Resumo: Bom dia Camaradas (2001), do autor Ondjaki, e O Vendedor de Passados (2004), de José Eduardo Agualusa, são livros que apresentam narrativas ocorridas no período pós-colonial em Angola, mais especificamente na cidade de Luanda. Enquanto o primeiro romance é narrado por um herói-criança, ainda em fase de amadurecimento e que não vivenciou o período colonialista no país, o segundo enredo se desenrola por meio do olhar de uma osga, animal recluso que observa cada acontecimento sob uma perspectiva privilegiada, mesclando os fatos do presente ao seu passado humano. Assim, o leitor é convidado a compreender o ponto de vista dos narradores em ambas as obras, acompanhando esses olhares em devir diante de um país em transformação. Em vista disso, a presente pesquisa tem por objetivo principal a análise da função desses narradores nos romances selecionados, abordando concepções históricas que embasem teoricamente essas escolhas dos autores e adotando-se do conceito de devir, desenvolvido por Deleuze e Guattari (1995; 1996; 1997 [1980]), para relacionar elementos narrativos e desenvolver as temáticas propostas. Para compor a discussão das obras, foram utilizados, essencialmente, os pressupostos de Deleuze e Guattari (1977), Deleuze e Parnet (1998 [1977]), Deleuze (1997), Garuba (2003), Machado (2009), Paradiso (2015; 2020) e Viveiros de Castro (1996; 2002). No que tange ao levantamento historiográfico, tem-se como aporte teórico principal Heintze (2007), Wheeler e Pélissier (2016), e a grandiosa coleção História Geral da África, distribuída e publicada no Brasil por UNESCO (2010). Com relação à metodologia que conduz o trabalho, tem-se o caráter qualitativo da pesquisa, de cunho bibliográfico. Como resultado, observa-se a análise de narradores desterritorializados, que manifestam seus devires criança e animal, conectando-se ao espaço literário – também em processo de devir – e a outros personagens, através de suas posições de observação do enredo.