Determinação da forma do objeto troiano (624) Hektor a partir de inversão de curva de luz e ocultações estelares
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Física e Astronomia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/26567 |
Resumo: | O estudo dos pequenos corpos do Sistema Solar pode revelar informações sobre as circunstâncias de formação do sistema. Dentre estes objetos, os Troianos despertam especial interesse. Encontrados nos pontos de equilíbrio de Lagrange L4 e L5 ao longo da órbita de alguns planetas, possivelmente preservam algumas características que remontam a formação do Sistema Solar (NESVORNY, 2021). Este trabalho buscou refinar os conhecimentos a respeito da forma de (624) Hektor, o maior Troiano do planeta Júpiter, por meio da técnica de inversão de curva de luz (KAASALAINEN et al., 1992a,b) combinada com ocultações estelares. Situado no ponto L4, (624) Hektor foi descoberto em 1907 e possui diâmetro aparente estimado em 233 km (MARCHIS et al., 2006; HANUS, 2015; ROZEHNAL et al., 2016). Ao todo analisamos 93 curvas de luz de rotação observadas entre os anos de 1957 e 2020, sendo que as mais recentes foram obtidas neste trabalho, a partir de observações realizadas no Observatório do Pico dos Dias. Por meio da análise destes dados foi possível obter o período rotacional de P = 6,920509 h ± 0,000001 h, que foi utilizado na técnica de inversão de curva de luz, procedimento que considera dentre outras propriedades o espalhamento da superfície do objeto e suas características rotacionais. Tal procedimento foi realizado com o uso do software Convexinv (ĎURECH, 2010) e os resultados obtidos permitiram estimar as coordenadas do polo de rotação (λ = 332° ± 10° e = -27° ± 10°) e um possível formato convexo representado por um poliedro com 1.018 faces e 2.032 vértices, porém de volume adimensional. Estes resultados foram utilizados como parâmetro para o software ADAM (VIIKINKOSKI, 2015), que combinou as 93 curvas de luz com 10 cordas de ocultação obtidas em 2019 e outras 5 obtidas em 2020 pelo Grupo do Rio. A combinação das curvas de luz com as ocultações permitiu refinar a determinação da forma, e o modelo não convexo gerado, com 800 faces e 402 vértices, com polo λ = 334° ± 10° e = -25° ± 10°, e diâmetro volumétrico equivalente de 193 km ± 20 km, o que permitiu estimar a densidade de (624) Hektor como ρ = 2,11 g/cm³ + 0,65. Estes resultados são comparados com aqueles já disponíveis na literatura e, em especial, com o formato bilobal sugerido por Marchis et al. (2006), que não é compatível com as cordas de ocultação observadas e, portanto, é refutado pelos resultados deste trabalho. Espera-se que este estudo possa contribuir para a pesquisa de pequenos corpos ao apresentar meios de determinar características físicas precisas para estes objetos, colaborando assim para o esforço da compreensão sobre as condições primordiais na qual este e possivelmente outros objetos se formaram e evoluíram. Espera-se ainda que os resultados possam ser somados àqueles que serão obtidos pela missão Lucy (NASA), de lançamento previsto para outubro de 2021, que estudará outros 6 Troianos de Júpiter entre 2025 e 2033. |