Posição de objetos centauros e transnetunianos através de ocultações estelares na era Gaia
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Física e Astronomia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/3391 |
Resumo: | Grande parte dos pequenos corpos do Sistema Solar exterior, a exceção de Plutão, foram descobertos após 1992. Acredita-se que, pela distância ao Sol, possam conservar informações sobre a formação e evolução dinâmica do Sistema Solar. Portanto, o estudo detalhado destes distantes objetos pode contribuir significativamente com o aprimoramento dos modelos evolutivos de nosso sistema planetário. No entanto, a observação direta da luz refletida pela superfície destes objetos permite uma astrometria com grandes barras de erros associadas. Um diâmetro na ordem de 1000 km, a uma distância de 45 UA da Terra resulta em um tamanho angular de cerca de 30 milissegundos de arco no plano do céu. Assim estes corpos aparecem nas imagens com tamanho reduzido e pouco brilho. Embora seja possível determinar o diâmetro a partir de dados térmicos da superfície, as incertezas associadas superam 20% do seu tamanho. Uma eficiente alternativa observacional vem sendo empregada no estudo desta classe de objetos, a observação de ocultações estelares. A técnica consiste na aquisição de dados fotométricos de uma estrela enquanto um objeto transita em frente a ela, no plano do céu. O estudo da variação temporal do brilho estelar observado permite caracterizar o corpo ocultador com precisão. Com incertezas na ordem de poucos quilômetros, as informações obtidas de ocultações estelares permitem construir o perfil instantâneo do objeto. O diâmetro, forma e centro relativo do objeto podem ser calculados a partir deste perfil. Estruturas presentes em torno do corpo principal, como anéis, também podem ser descobertas, graças a precisão da técnica. Neste trabalho são cuidadosamente analisados 25 eventos de ocultações estelares por Centauros e Transnetunianos, detectadas entre 2009 e 2017. O conjunto de dados compreende ocultações analisadas aqui pela primeira vez, e resultados já publicados na literatura. Utilizando o plano tangente a esfera celeste, com o observador no centro da Terra, foram calculados os centros dos objeto em relação as estrelas ocultadas. As posições estelares fornecidas pelo catálogo Gaia possuem erros de alguns quilômetros a distância do objeto, portanto, a incerteza na determinação desta posição relativa e pequena. Esta posição e então comparada à coordenada fornecida pela efeméride para o instante de maior aproximação, que geralmente apresenta um deslocamento em relação a posição prevista. Dessa maneira, obtém-se um offset do corpo a ser corrigido no referido instante. Obtém-se, portanto, as coordenadas celeste do objeto ocultador no instante de maior aproximação. Estas posições astrométricas são utilizadas para propagar no tempo as efemérides dos objetos envolvidos. Embora as efemérides usem dados de cuidadosas observações astrométricas, dados oriundos de ocultações estelares trazem grande precisão, aprimorando efemérides calculadas. E com boas efemérides ´ e possível prever novas ocultações estelares, com boa precisão temporal e determinação acurada da região do planeta em que poderá ser observada, auxiliando assim a caracterização destes pequenos corpos do Sistema Solar. |