Formas de equilíbrio e geologia de objetos transnetunianos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Branco, Hely Cristian lattes
Orientador(a): Ribas, Felipe Braga lattes
Banca de defesa: Guedes, Carlos Conforti Ferreira lattes, Ribas, Felipe Braga lattes, Santos, Jean Carlo lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Física e Astronomia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/5035
Resumo: Objetos Transnetunianos (TNOs) são corpos menores do Sistema Solar; podem ser vistos como objetos sob a ação de auto-gravidade, forças relacionadas a rotação e forças de maré, classicamente considerados como de comportamento fluido e, portanto, assumindo formas de equilíbrio fluidas. Contudo, eles são compostos por materiais geológicos, que raramente comportam-se como fluidos; logo, o uso de critérios geológicos para analisar as formas assumidas por esses objetos quando em equilíbrio, i.e. formas de equilíbrio, é necessário, resultando em uma melhor compreensão de suas propriedades. O presente trabalho propõe a utilização do método descrito por Holsapple (2004) para a avaliação do estado de equilíbrio de corpos menores. Foram estudados os TNOs Haumea, Quaoar e 2002 VS2, os centauros Chariklo e 2002 GZ32, e os asteróides Ceres, Vesta e Lutetia. Suas formas (determinadas com alta precisão a partir de ocultações estelares ou dados coletados por sondas espaciais), período de rotação e densidade (quando disponível) foram usados para determinar: i) se o objeto está em equilíbrio; ii) se apresenta comportamento fluido ou se tem algum tipo de resistência a deformação; e iii) as implicações geológicas dessas conclusões. No caso da ausência de valores de massa, como é o caso para 2003 VS2, Chariklo e 2002 GZ32, o método foi usado para se obter uma estimativa da densidade, partindo do pressuposto de que apresentam comportamento fluido e estão em equilíbrio. Concluiu-se que todos os objetos avaliados estão em equilíbrio, porém com formas usualmente diferentes do caso fluido (i.e. elipsóides de Maclaurin e Jacobi). Foi demonstrado que o comportamento dos materiais é um indicativo da possível composição e estruturação interna de um objeto, o que está diretamente relacionado aos processos geológicos que atuaram e atuam neles; isso permite entender, ao menos em termos gerais, sua história e evolução geológicas a partir do uso de modelos e de análogos. Além disso, TNOs e outros mundos gelados contém ambientes únicos, muito diferentes de tudo visto na Terra; eles podem ser vistos como grandes laboratórios em escala real, possivelmente contendo um grande número de processos geológicos únicos à eles e capazes de mudar alguns dos paradigmas atuais nesse campo da ciência.