"Ser mãe é treta": narrativas de mulheres-mães primíparas sobre a constituição de suas maternidades

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Bober, Vanessa Vargas lattes
Orientador(a): Kominek, Andrea Maila Voss lattes
Banca de defesa: Carvalho, Marilia Gomes de lattes, Luz, Nanci Stancki da lattes, Mariotto, Rosa Maria Marini lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/25763
Resumo: A maternidade é uma categoria de análise diretamente afetada pelo tempo histórico e cultura na qual está inserida, assim como pelas relações sociais e de gênero presentes em determinada sociedade. Durante muito tempo, a maternidade conferiu à mulher um lugar específico na sociedade, sendo seu conceito influenciado por discursos religiosos e econômicos. Na contemporaneidade, a partir das discussões feministas e a partir do novo lugar e expectativas sobre as mulheres, a maternidade teve seus significados ressignificados. A nova percepção de maternidade revisita e, ao mesmo tempo, carrega consigo os signos e significados conservadores sobre o que é ser mãe. Para melhor compreender os elementos que influenciam esses novos significados, a pesquisa ouviu e analisou as histórias das maternidades de dez mulheres primíparas, que vivenciam o primeiro ano de sua maternidade sobre sua experiência, levantando os elementos que influenciaram sua constituição como mães. Para tanto, realizou-se uma pesquisa qualitativa, de tipo descritivo exploratório. A coleta de dados utilizou o método História de Vida. Para a análise destas histórias, foi aplicado o método da Análise de Conteúdo de Bardin. Da análise dos dados obtidos, emergiram cinco categorias: (1) o desejo pela maternidade, (2) a experiência da gestação, (3) o evento do parto, (4) a experiência do pós-parto e (5) ser mulher e ser mãe. Observou-se que em todas as fases perinatais há elementos que podem interferir na constituição da maternidade, pois as sensações físicas e emocionais que as mulheres experienciam subjetivamente, influenciam as transformações psíquicas para a adoção da posição parental. Associadas aos elementos individuais, os aspectos sociais, como as novas tecnologias, os novos discursos sobre a maternidade, o papel da mulher na sociedade contemporânea e as relações sociais estabelecidas atualmente constroem novos signos e formas de compreender e vivenciar a maternidade. Verificou-se que a maternidade ainda que sofra influências relacionadas ao seu tempo sócio cultural, é atravessada pelos conteúdos subjetivos de cada história de vida. Tal pesquisa proporcionou reflexões sobre os novos discursos a respeito da maternidade, assim como a necessidade de que se implementem políticas públicas de apoio emocional e material às mulheres-mães.