Autoparáfrase em situação de autoconfrontação: pensando e (re)pensando a educação matemática no ensino superior
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pato Branco |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Letras
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/3165 |
Resumo: | Os recortes analisados nesta pesquisa fazem parte de um conjunto de intervenções provenientes de uma ação de formação docente continuada realizada por meio da implementação de uma Clínica da Atividade Docente em uma instituição pública de ensino superior, a UTFPR, Câmpus Pato Branco. A intervenção aqui analisada contou com uma dupla de professores do Departamento de Matemática e uma dupla de seus respectivos alunos. Para a análise e seleção dos recortes, realizamos a investigação de um fenômeno linguístico intitulado de autoparáfrase. Esse fenômeno diz respeito ao processo no qual o locutor, após materializar um enunciado, o retoma a fim de modificá-lo em algum grau, mantendo entre o primeiro e o segundo enunciado uma relação de equivalência semântica (HILGERT, 1999). A metodologia empregada para a produção dos dados foi o método de autoconfrontação (cf. Faïta e Clot). As transcrições do material em audiovisual resultante foram realizadas de acordo com as normas do projeto NURC-SP (PRETI, 1999). Para seleção de recortes no corpus, nos valemos da quantificação das autoparáfrases. Já para o estudo desse fenômeno linguístico contido nos recortes selecionados, realizamos a análise dialógica do discurso (cf. Bakhtin) a fim de verificar como se dá, na prática, o desenvolvimento na e pela linguagem das práticas educacionais no âmbito da educação matemática no ensino superior. A fundamentação teórica que embasa nossa análise e produção dos dados são três: a teoria baktiniana dialógica do discurso; a teoria vigotskiana do desenvolvimento histórico-cultural; e a psicologia do trabalho de Clot (2010, 2016) e Lima (2010, 2015). Constatamos, a partir de uma relativa estabilidade no modo da ocorrência da autoparáfrase, que esse fenômeno surge de: 1) afetos do meio que resultam em um pensamento/enunciação; 2) reafeto ocasionado pelas exigências resultantes do movimento dialógico; 3) digressão/pensamento interior buscando solucionar tais exigências; e, por fim; 4) no surgimento de uma nova enunciação, a autoparáfrase. A partir da compreensão desse ciclo, foi possível constatar, por meio das autoparáfrases realizadas por docentes e discentes em autoconfrontação, que a prática docente, assim como uma autoparáfrase, também se origina de um meio que afeta o professor, principalmente oriundo dos alunos (sem nos esquecermos das prescrições institucionais). Assim como no ciclo supracitado, verificamos, ao longo das análises, que os docentes sofrem, no exercícios diário de suas práticas, afetos que os levam, em algum grau, a reformularem suas atividades para que possam contornar as exigências oriundas das situações concretas de realização de suas atividades e, com isso, desenvolverem suas práticas. |