Complexidade e relevância de um gesto profissional docente aparentemente simples

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Althaus, Dalvane
Orientador(a): Lima, Anselmo Pereira de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Pato Branco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/755
Resumo: Este trabalho tem como recorte alguns resultados de uma das ações de formação docente continuada na educação superior em andamento na UTFPR, Câmpus Pato Branco. Inicialmente trazemos uma breve revisão da história de formação docente continuada na educação superior brasileira. A fundamentação teórica que nos embasa neste trabalho são três: a teoria Baktiniana de análise dialógica do discurso; a teoria Vigotskiana de desenvolvimento humano; e a teoria de psicologia do trabalho de Clot. Os protagonistas desta intervenção foram dois docentes do Departamento de Informática da UTFPR, Câmpus Pato Branco. A metodologia foi a desenvolvimental e o método utilizado foi o de autoconfrontação simples e cruzada, que consiste em o professor se confrontar com uma sequência de imagens suas em sala de aula e, a partir dessas imagens, dialogar e refletir. A fim de tentar compreender as condições em que o desenvolvimento docente ocorre, neste trabalho foram analisadas as transcrições de diálogos das autoconfrontações. A transcrição se realizou de acordo com as normas do projeto de Estudos da Norma Linguística Urbana Culta de São Paulo (NURC-SP). Na documentação produzida, realizamos a análise dialógica do discurso a fim de verificar se ocorre o desenvolvimento docente e, em caso afirmativo, estabelecer de que modo se dá o desenvolvimento docente por meio da linguagem. Constatamos que há uma dificuldade para que os professores realizem seu trabalho: a mesa do professor é baixa. Isso o leva a um conflito: realizar o trabalho docente sentado ou em pé? Em pé, o professor precisa se inclinar para digitar e isso pode comprometer sua saúde física. Sentado, perde o contato com os alunos e possibilita situações de indisciplina, que podem comprometer sua saúde mental. A fim de dar uma contribuição para solucionar esse problema, estamos desenvolvendo – em parceria com os professores – uma mesa para notebook com ajuste de altura para que os docentes possam realizar seu trabalho em pé, sem comprometer a saúde. O professor que opta por digitar inclinado, mesmo prejudicando sua saúde, apresenta uma recriação estilística bem desenvolvida. Seu engajamento o leva a dar tudo de si para realizar seu trabalho com excelência. O professor que prefere trabalhar sentado enfrenta dificuldades, das quais ele tenta se desvencilhar e não consegue encontrar uma forma de recriar seu estilo. Ao observar suas imagens em sala de aula, ele percebe como é e como poderá realizar seu trabalho de modo diferente. O professor que enfrenta dificuldades é levado a uma tomada de consciência por meio da autoconfrontação e do diálogo. O gesto de realizar o trabalho docente em pé pode parecer simples e talvez insignificante, mas – ao ser analisado em sua essência – se revela complexo e relevante.