Produção de nanopartículas de curcumina com policaprolactona (PCL) e avaliação da nanotoxicidade em Drosophila melanogaster

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Borsato, Patrícia Aparecida Macário lattes
Orientador(a): Ineu, Rafael Porto lattes
Banca de defesa: Ineu, Rafael Porto lattes, Sayer, Claudia lattes, Appelt, Patrícia lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Campo Mourao
Medianeira
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Alimentos
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/29726
Resumo: A curcumina, um pigmento amarelo-alaranjado isolado do rizoma da Curcuma longa, apresenta propriedades biológicas e farmacológicas com potencial terapêutico no tratamento de diversas doenças crônicas, bem como atividade antioxidante e antiinflamatória. No entanto, a curcumina possui barreiras tecnológicas que limitam sua aplicação, como a baixa solubilidade em água e baixa biodisponibilidade. Nesse contexto, abordagens com base em nanotecnologia vem ganhando atenção devido ao seu potencial em alterar/melhorar os efeitos da curcumina, tanto in vitro quanto in vivo. Entretanto, até o momento pouco é conhecido em relação a toxicidade das nanopartículas contendo curcumina em modelos animais. Para isso, a Drosophila melanogaster, reconhecida como um organismo teste alternativo, vem sendo utilizada para a avaliação da toxicidade ou benefício de compostos bioativos. Assim, o objetivo deste trabalho foi produzir e caracterizar nanopartículas de curcumina encapsuladas em policaprolactona (PCL) e avaliar a sua toxicidade utilizando a mosca da fruta (Drosophila melanogaster) como modelo biológico alternativo. As nanopartículas foram caracterizadas por análises de Calorimetria Diferencial de Varredura (DSC), Espectrofotometria de Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR), Microscopia Eletrônica de Transmissão (TEM), Difração de Raios-X (DRX) e Espalhamento Dinâmico de Luz (DLS). Foram obtidas nanopartículas esféricas com diâmetro médio igual a 215 ± 2 nm, de acordo com as análises de DLS e corroboradas pelas imagens de microscopia. No espectro de FTIR da curcumina foi possível identificar as bandas de absorção que são geralmente utilizados para identificar esse composto, o qual não foi identificado na amostra de nanopartículas contendo curcumina. O pico de fusão da curcumina também não foi observada nas nanopartículas, e a temperatura de fusão cristalina do PCL não foi alterada quando comparadas às nanopartículas sem adição de curcumina. Resultados in vivo utilizando Drosophila melanogaster demonstraram que as nanopartículas contendo curcumina apresentaram taxa de mortalidade significativa somente na maior dose (100µM) avaliada, tratamento utilizando curcumina livre não apresentou efeito na mortalidade. Mudança no desempenho locomotor das moscas foi observado a partir da dose de 30µM para ambos os tratamentos. Nos testes ex vivo, houve inibição significativa na atividade da AChE e da BChE, ambas em 100µM. A atividade da Catalase foi influenciada tanto no tratamento com nanoparticulas contendo curcumina quanto para curcumina livre a partir de 10µM. Tióis totais apresentou diferença significativa em relação ao controle em 30 e 100µM para as nanoparticulas contendo curcumina, e em 30 µM para curcumina livre, para grupos tióis não proteicos nenhuma diferença significativa foi observada para todos os tratamentos. Os resultados indicam que foi possível encapsular a curcumina na matriz polimérica da policaprolactona, bem como sugere uma baixa nanotoxicidade utilizando um modelo biológico alternativo.