A zona crepuscular: imagens jornalísticas do fantástico cotidiano,

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Rodolfo Stancki lattes
Orientador(a): Silveira, Luciana Martha lattes
Banca de defesa: Araujo, Denize Correa lattes, Silveira, Luciana Martha lattes, Queluz, Marilda Lopes Pinheiro lattes, Martins, Maura Oliveira lattes, Pinto, Pedro Plaza lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/4728
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo mapear a trajetória de determinadas imagens na materialização de elementos do fantástico em narrativas jornalísticas do cotidiano. Com base na obra do historiador Michel de Certeau (1994), parte-se do princípio de que a cotidianidade é uma vivência, construída diariamente por táticas e estratégias individuais de sujeitos que têm autonomia para lidar com aquilo que lhe é imposto. A vida diária, portanto, é incompatível com elementos da ficção fantástica de narrativas literárias e cinematográficas. Ainda assim, os jornais, que se configuram como mediações que representam um tipo de cotidiano, ocasionalmente apresentam imagens que manifestam a fantasia como se fossem parte do nosso dia a dia. Monstros, alienígenas e demônios se materializam em fotografias e ilustrações capazes de confundir o espectador, que hesita sem saber se aquela visualidade é uma literalidade ou um fato concreto da cotidianidade. É nessa hesitação que reside a definição de fantástico por Tzvan Todorov (2014). Para montar o mapeamento do modo como as imagens constituem o fantástico no cotidiano, é defendida a existência de um espaço do imaginário em que a cotidianidade e a fantasia interagem e ganham sentido. Tal ambiente é chamado aqui de zona crepuscular. Essa área abstrata se torna um instrumento de análise deste trabalho, que ajuda a pensar a ação do jornalismo na materialização do fantástico como se fosse parte do dia a dia. Nesta pesquisa, o conceito é particularmente útil nas análises de dois casos: as representações do bebê-diabo nas capas do jornal Notícias Populares e os ataques do chupacabra reportados pela Tribuna do Paraná. Ambos os episódios são investigados com uma metodologia que combina o conceito de mediação proposto por Jesús Martín-Barbero com o paradigma indiciário de Carlo Ginzburg (2003). Nessas análises é possível observar que as imagens representativas nascem de uma interação do fantástico com o cotidiano na zona crepuscular, de onde escapam e se tornam uma ilustração, uma montagem ou uma fotografia na imprensa, que as apresenta como um fato da vida diária. Esse trajeto é o mapa que buscamos alcançar com o objetivo geral desta tese, o que auxilia na reflexão sobre o modo como as mensagens no jornalismo circulam, são consumidas e ressignificadas pela sociedade.