A zona crepuscular: imagens jornalísticas do fantástico cotidiano,
Ano de defesa: | 2019 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/4728 |
Resumo: | O presente trabalho tem como objetivo mapear a trajetória de determinadas imagens na materialização de elementos do fantástico em narrativas jornalísticas do cotidiano. Com base na obra do historiador Michel de Certeau (1994), parte-se do princípio de que a cotidianidade é uma vivência, construída diariamente por táticas e estratégias individuais de sujeitos que têm autonomia para lidar com aquilo que lhe é imposto. A vida diária, portanto, é incompatível com elementos da ficção fantástica de narrativas literárias e cinematográficas. Ainda assim, os jornais, que se configuram como mediações que representam um tipo de cotidiano, ocasionalmente apresentam imagens que manifestam a fantasia como se fossem parte do nosso dia a dia. Monstros, alienígenas e demônios se materializam em fotografias e ilustrações capazes de confundir o espectador, que hesita sem saber se aquela visualidade é uma literalidade ou um fato concreto da cotidianidade. É nessa hesitação que reside a definição de fantástico por Tzvan Todorov (2014). Para montar o mapeamento do modo como as imagens constituem o fantástico no cotidiano, é defendida a existência de um espaço do imaginário em que a cotidianidade e a fantasia interagem e ganham sentido. Tal ambiente é chamado aqui de zona crepuscular. Essa área abstrata se torna um instrumento de análise deste trabalho, que ajuda a pensar a ação do jornalismo na materialização do fantástico como se fosse parte do dia a dia. Nesta pesquisa, o conceito é particularmente útil nas análises de dois casos: as representações do bebê-diabo nas capas do jornal Notícias Populares e os ataques do chupacabra reportados pela Tribuna do Paraná. Ambos os episódios são investigados com uma metodologia que combina o conceito de mediação proposto por Jesús Martín-Barbero com o paradigma indiciário de Carlo Ginzburg (2003). Nessas análises é possível observar que as imagens representativas nascem de uma interação do fantástico com o cotidiano na zona crepuscular, de onde escapam e se tornam uma ilustração, uma montagem ou uma fotografia na imprensa, que as apresenta como um fato da vida diária. Esse trajeto é o mapa que buscamos alcançar com o objetivo geral desta tese, o que auxilia na reflexão sobre o modo como as mensagens no jornalismo circulam, são consumidas e ressignificadas pela sociedade. |