A narrativa histórica de Alexandre Wollner sobre o design brasileiro em sua relação com arte, indústria e tecnologia
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Curitiba |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Tecnologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/1703 |
Resumo: | O presente trabalho busca realizar uma investigação acerca das narrativas históricas que o designer gráfico Alexandre Wollner montou sobre o desenvolvimento da própria profissão no Brasil, enfocando as formas pelas quais seu discurso aponta relações entre o design (com maior ênfase do design gráfico) e as artes visuais, o desenvolvimento industrial e noções sobre tecnologia. Primeiramente, a fundamentação teórica buscou diálogos com historiadores do design, com Mikhail Bakhtin, especialmente seus conceitos sobre “ideologia” e “discurso”, e a teoria de autonomia de Campo de Pierre Bordieu aplicada na prática artística. Em seguida, apresenta-se a trajetória de Wollner, relacionando-a com os momentos de desenvolvimento industrial do Brasil e, por fim, abordam-se três de seus textos de caráter histórico, escritos em momentos distintos (1964; 1983; 1998), nos quais o autor analisado buscou apontar as origens, eventos e nomes marcantes da profissão. No decorrer do trabalho, aponta-se a importância do contato de Wollner com as ideologias modernistas europeias de matriz abstrata e racionalistada Hochschule für Gestaltung Ulm (HfG Ulm), escola alemã de design da cidade de Ulm, na década de 1950. Tal discurso modernista entendia a prática do design como um método de caráter científico, diferenciando-se assim de práticas artísticas mais recorrentes em alguns ambientes produtivos. Wollner buscou aplicar esses ideais em sua prática profissional, sendo a formação do escritório paulista forminform, em 1958, uma das primeiras expressões de tal postura, e na sua prática acadêmica, tendo auxiliado na formação da Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI), no Rio de Janeiro, em 1963. Tais ideais modernistas condiziam com os momentos de desenvolvimento industrial brasileirodo governo de Juscelino Kubitschek (1956–1961) e do “Milagre Econômico” do governo militar brasileiro (1968–1973). Wollner argumentava acerca da necessidade do desenvolvimento design nacional como um diferencial produtivo e tecnológico que auxiliaria o crescimento da indústria nacional, baseado na concepção no modelo projetual alemão de Ulm. Defende-se que a trajetória profissional e intelectual de Alexandre Wollner, em seus esforços de pensar uma história do design brasileiro através da escolha de pioneiros da profissão, pautou-se num “modelo ideal” de design, deixando de lado experiências modernistas da década de 1950. Tal postura refletiria uma busca pela validação da própria profissão que surgia de forma mais pontual no meio produtivo brasileiro, buscando a criação de um espaço de diferenciação para com práticas anteriormente estabelecidas, geralmente ligadas àquelas de artistas gráficos. |