Análise de agrotóxicos e Acibenzolar-S-Metílico (ASM) em Apis mellifera L. (Hymenoptera: Apidae) e a ação de ASM na indução de resistência em soja

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Sampaio, Amanda Roberta lattes
Orientador(a): Maniglia, Thiago Cintra lattes
Banca de defesa: Maniglia, Thiago Cintra lattes, Maia, Fabiana Martins Costa lattes, Bertoldo, Edson lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Dois Vizinhos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/25773
Resumo: Abelhas são importantes polinizadores, com destaque a Apis mellifera L. (Hymenoptera: Apidae), porém, o uso excessivo de agrotóxicos tem sido uma adversidade a estes organismos. Por este motivo, o cultivo da soja é uma das ameaças para esta espécie. A indução de resistência busca reduzir a utilização de agrotóxicos, nesta e em outras culturas, ativando a defesa da própria planta. Acibenzolar-S-metílico (ASM) é um indutor de resistência sem recomendação para soja e desconhecido quanto a sua toxicidade às abelhas. Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar a relação entre o uso de agrotóxicos e a mortalidade de A. mellifera, utilizando de uma revisão meta-analítica, avaliar os efeitos de acibenzolarS-metílico na sobrevivência e no voo de forrageiras de A. mellifera africanizada e na expressão do gene β-1,3-glucanase em soja. Pela meta-análise com 154 conjuntos de dados de 1951 a 2019 foi possível confirmar a relação entre a mortalidade de A. mellifera e o uso de agrotóxicos. O modo de aplicação e a classe dos inseticidas de maior impacto na sobrevivência desses insetos, respectivamente, é a pulverização direta e os inseticidas. O ASM foi testado quanto a seletividade à forrageiras de A. mellifera (alimentação, pulverização e contato), em cinco concentrações (20, 40, 60, 80 e 100% da dose de campo), além da testemunha (água destilada autoclavada). Além disso, 30 abelhas que permaneceram duas horas em contato com a dose de campo e foram avaliadas quanto a capacidade de voo depois de 48 horas. As abelhas alimentadas e as abelhas que entraram em contato com as doses de campo de ASM não tiveram sua sobrevivência reduzida quando comparadas à testemunha. A sobrevivência das abelhas foi reduzida significativamente desde a dose mais baixa (20%) quando ASM foi pulverizado sobre as abelhas. A capacidade de voo das forrageiras não foi alterada. ASM também foi testado como indutor de resistência de soja, para a expressão do gene SGlu5 de soja, responsável pela produção de β-1,3-glucanase. Para isso, foi realizado um experimento em casa de vegetação, oito vasos com solo autoclavado receberam 60 sementes de soja cada. Apenas as plantas mais vigorosas foram mantidas e, quando o ciclo da cultura atingiu V2-V3, procedeu-se a aplicação do ASM (considerado tempo zero) em metade das plantas/vasos. Após 24 horas inoculou-se o fungo Phakopsora pachyrhizi e durante nove dias foram realizadas coletas de material vegetal. Este material foi levado ao laboratório, extraído RNA, transformado em cDNA e posteriormente, avaliado a expressão gênica por RT-qPCR. Verificou-se que ASM não é eficiente para a expressão do gene SGlu5, mas P. pachyrhizi ativou e aumentou a expressão desse gene. Agrotóxicos exercem efeitos negativos sobre A. mellifera, tendo relação com a mortalidade deste inseto. A utilização de ASM em dose de campo reduz a sobrevivência de A. mellifera quando pulverizado diretamente, porém quando as forrageiras africanizadas entram em contato ou se alimentam de dieta contendo o ASM não há efeito negativo, tampouco no voo destas. Além disso, ASM não exerce efeito sobre a expressão do gene SGlu5 em soja.